O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (6) que os saques na caderneta de poupança totalizaram R$ 311,998 bilhões no mês de novembro, enquanto que os depósitos tiveram um total de R$ 304,580 bilhões. Isso representa uma saída líquida (diferença entre saques e depósitos) de R$ 7,419 bilhões.
Com isso, o mês apresentou a segunda maior retirada para meses de novembro desde o início da série histórica do BC, iniciada em 1995. A maior retirada para meses de novembro ocorreu no ano passado, quando foi registrada uma saída líquida de R$ 12,377 bilhões. Os valores são nominais, ou seja, não sofrem atualização pela inflação.
A elevada saída de recursos da poupança em 2022 coincide com a inflação, que chegou à casa de dois dígitos, e somente a partir de julho deste ano começou a desacelerar. A alta de preços foi impulsionada pelas medidas de redução de impostos sobre combustíveis e energia elétrica.
Ainda assim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tendo em consideração a inflação oficial do Brasil, acumula uma alta de 4,7%, até outubro, e de 6,47%, no acumulado dos últimos 12 meses.
Outro fator que pode ajudar a explicar o resultado, está na saída de recursos da poupança é a alta da taxa básica de juros, a Selic. A taxa está em 13,75% ao ano, maior juro básico desde dezembro de 2016.
Com isso, a tradicional caderneta de poupança segue com o rendimento travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial), perdendo para outras aplicações de renda fixa, como as atreladas ao CDI ((Certificado de Depósito Interbancário). Além da inflação e dos juros, o endividamento das famílias avançou neste ano e bateu recorde, limitando a capacidade de consumo da população e impulsionando a inadimplência.