“É importante falar sobre o suicídio, mas é importante saber como transmitir a informação”, destaca psiquiatra

Com o objetivo de alertar e conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) realiza anualmente, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha “Setembro Amarelo”. No dia 10 deste mês, é comemorado o dia mundial de prevenção ao suicídio.
Para explicar a ação, o programa Sociedade Urgente, apresentado pelo radialista Adelson Carvalho recebeu nesta quinta-feira (10), a psiquiatra Lívia Castelo Branco.
Para a especialista, o Setembro Amarelo é o momento de chamar atenção para um assunto que ainda é tabu na sociedade.
“É importante falar sobre o suicídio, mas é importante saber como transmitir a informação”, ressaltou sobre os cuidados de prevenção. “O que atrapalha é quando as pessoas tratam o assunto de forma muito sensacionalista”.
Segundo a psiquiatra, diversos fatores podem levar à tentativa de suicídio, como a dependência química, fatores externos (crises, guerras, problemas familiares e afins) e sofrimentos mentais.
“Existem várias causas para as tentativas de suicídio, mas as principais são as doenças mentais. A gente fala que 90% das pessoas que tentam o suicídio tem alguma doença mental”, declarou.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), cerca de 12 mil casos são registrados todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Os jovens são os mais atingidos.
“O maior fator de risco para o suicídio são as tentativas prévias. Se a pessoa chegou a esse ponto de tentar, e não tiver um acompanhamento familiar, médico e psicológico, existe um risco muito grande de tentar de novo e conseguir”, informou.
Em Salvador, existem 18 unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e três Centros de Saúde Mental, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Além disso, é possível obter atendimento na emergência psiquiátrica do município, que funciona 24 horas no 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, na Avenida Centenário.
Outra alternativa é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza ações de apoio emocional e prevenção do suicídio, além de atender de forma gratuita e voluntária todas as pessoas que precisam conversar. O atendimento é feito pelo telefone 188, sob sigilo.
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