Silvana Oliveira recebeu na manhã desta segunda-feira (21), o economista Edval Landulfo comenta sobre as alterações do financiamento de imóveis realizado pela Caixa Econômica Federal e que entra em vigor em 1º de novembro
A Caixa Econômica Federal anunciou mudanças nas regras para financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que entrarão em vigor em 1º de novembro. as principais alterações incluem:
Limite de preço: financiamentos agora só podem ser feitos para imóveis com preço máximo de R$1,5 milhão.
Teto de valor financiável: o percentual máximo financiado pelo sistema de amortização constante (sac) foi reduzido de 80% para 70%, e na tabela price, de 70% para 50%.
Abrangência: as mudanças se aplicam a imóveis novos, usados, lotes urbanos, construções e imóveis comerciais.
Essas alterações foram implementadas em meio a um contexto de queda na participação do sbpe no mercado de crédito imobiliário, que atualmente representa cerca de 34%, comparado a 70% em anos anteriores. a caixa afirma que as mudanças visam ampliar a oferta de crédito habitacional e não são resultado da falta de recursos.
O economista Edval Landulfo explica sobre esse paradoxo para a captação para financiamento imobiliários que vem justamente do depósito das poupanças, e o que vem ocorrendo nos últimos anos, de 2022 até o presente momento, pois neste momento, existe mais saída dos recursos da poupança e menos entradas e isso aí faz com que a balança fique desequilibrada.
Edval Landulfo traz de forma rápida essa mudança nos percentuais de financiamento disponibilizados pela instituição financeira, que acaba prejudicando aqueles que sonham em ter a casa própria por meio do financiamento. “Então, a Caixa Econômica no início do ano, tinha pedido ao Banco Central para o compulsório, o que é o compulsório?! É quando aquele valor que é depositado na poupança fica uma parte retida no Banco Central e a outra vai ser destinada para o sistema brasileiro de poupança e empréstimo. Então, hoje, em 65%, o que a Caixa pediu foi 70%, como não foi atendido, porque o Banco Central é um banco independente, a Caixa Econômica percebeu que o seu limite para esse ano já chegou ao teto.” esclarece o economista.
Para muitas pessoas de classe mais baixa, a única forma para garantir a moradia própria seria por meio dos financiamentos ou programas do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida. E Edval explica uma outra visão, para caso surja um capital extra.
“A gente precisa fazer uma conta simples, nem sempre é melhor você financiar o imóvel ou comprar o imóvel, você tem outras oportunidades, por exemplo, hoje se eu tenho 500 mil para comprar um imóvel, eu não compraria um imóvel, a não ser que esse fosse o meu sonho, porque os meus pais falaram isso, os meus avós que você precisaria de um teto. Com 500 mil investidos no mercado financeiro, vai me render quanto?! Se for a 1% para ficar simples, R$5.000,00 com 5 mil reais eu consigo um bom imóvel para morar de aluguel. Um bom imóvel hoje já com condomínio nessa faixa de 500 mil que você compraria, você pode alugar aí por R$2.500,00, R$2.700,00 e ainda colocar no bolso R$2.200,00, R$2.300,00, não é mais vantagem do que imobilizar o capital?” explica Edval Landulfo.
Assista a entrevista na integra no canal da Rádio Sociedade da Bahia: