“O consumidor brasileiro sofre duas vezes”, afirma presidente da Fecombustíveis

Alvo de críticas por parte da sociedade devido aos constantes aumentos, os combustíveis são sempre assunto e motivo de questionamentos no Brasil. No entanto, apesar de conviver com as mudanças de preços de maneira cotidiana, uma grande dúvida une a população no que se refere ao tema: Afinal, como é calculado o valor do produto?
De acordo com o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda, a alta nos preços se deve aos reajustes do Preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF).
Em entrevista à Rádio Sociedade, na manhã desta sexta-feira (6), o responsável pela entidade explica que para chegar ao valor, o governo do estado realiza um estudo com base no preço dos combustíveis das cidades.
“Você tem na Bahia centenas de municípios, e o estado tem uma administração fazendária que administra os preços das regiões. Com base nestes valores, o governo estabelece uma média”, explica.
Ainda conforme o gestor, o brasileiro “sofre duas vezes” durante o processo de reajuste.
“O consumidor brasileiro sofre duas vezes, porque o barril de petróleo é cotado em dólar, através de paridade internacional. O barril de petróleo o preço da gasolina no Brasil tem uma carga tributária expressiva”, explica.
Conforme Miranda, fazendo um balanço geral no país, um consumidor que paga R$ 6 reais de gasolina, desembolsa pelo menos R$ 3 de impostos.
Reforma tributária é a solução
Por fim, para o presidente da Fecombustíveis, a grande solução para inibir os frequentes aumentos na gasolina seria a fixação do preço no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) por meio de uma reforma tributária.
“No projeto da reforma tributária, a sugestão nossa, para impedir que o estado use o artifício do PMPF, além de ser uma alíquota alta, sugerimos que o ICMS fosse como o pis cofins, que é um valor fixo, que o consumidor paga 79 centavos por litro, independente do estado”, afirma.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil