Professores da UNEB reunidos em assembleia geral híbrida, no final da tarde desta quinta-feira (29), rejeitaram a nova proposta do Governo do Estado de recomposição salarial à categoria. Além de negar a proposição, como maneira de intensificar a mobilização, foi aprovada uma paralisação das atividades acadêmicas, por 24 horas e com os portões fechados, nos 27 campi da universidade, espalhados em todas as regiões do Estado.
Segundo a Associação dos Docentes da UNEB (ADUNEB), as perdas salariais em decorrência da falta de recomposição da inflação, desde 2015, chegam a 35%. A atual proposta do governo, refutada pelos professores, previa o pagamento, tendo como base o teto da inflação de 4,5% (estipulada pelo Comitê Monetário Nacional), mais um acréscimo de 1,2%. Assim, o reajuste de 5,7% seria pago em três parcelas de (jan/2025, jan/2026 e dez/2026). A proposta não inclui nenhum adendo caso a inflação ultrapasse o teto estipulado.
A categoria considerou, no mínimo, desrespeitoso o índice de reajuste proposto. “De fato, o que o governo colocou à mesa foi uma recomposição salarial de apenas três parcelas de 1,15%, o restante apenas cobre a inflação do ano anterior. Se lembrarmos que a defasagem é de 35%, não podemos nem mesmo caracterizar como um plano de recomposição salarial, afirmou Clóvis Piáu, Coordenador Geral da ADUNEB.
Para a coordenação da ADUNEB, a gestão estadual avançou ao realizar a mesa de negociação, mas o fato só ocorreu após os professores as quatro universidades estaduais da Bahia (UNEB, UEFS, UESB e UESC) decretarem indicativo de greve, em abril deste ano. A direção do sindicato considera ainda que, até o momento, não foi apresentada nenhuma proposta satisfatória de recomposição salarial. Além disso, docentes enfatizaram a disponibilidade e a flexibilidade do movimento na negociação, que tem estabelecido amplo diálogo sobre os percentuais de reajuste e sobre termos muito aquém da defasagem salarial, buscando avançar com diálogo e acenando para o governo a disponibilidade para negociar.
Reunião com o governo
A próxima reunião com o governo será realizada em 11 de setembro, mesmo dia da paralisação. Na ocasião, uma contraproposta, a ser realizada em consenso pelos sindicatos dos professores das UEBAs, será apresentada aos representantes do governador Jerônimo Rodrigues. Docentes da UNEB seguem com disposição para a luta, inclusive, indicando uma possível greve, caso o Governo da Bahia siga apresentando propostas com percentuais considerados lamentáveis pela categoria.
Além de rejeitar a proposição do Governo do Estado, a assembleia deliberou os termos de uma contraproposta. Docentes da UNEB se dispõem a aceitar as três parcelas de 5,7%, desde que o pagamento de dezembro não corresponda ao ano de 2027. A categoria requer o direito de, a partir de janeiro de 2027, obter reajuste e/ou seguir lutando por avanços na recomposição salarial. Essa proposta será levada novamente ao âmbito do Fórum das ADs para que, havendo consenso da maioria das associações docentes, seja apresentada ao Governo e debatida na rodada de negociação agendada para 11 de setembro.