O Ministério Público da Bahia denunciou cerca de 12 pessoas que teriam feito parte do esquema de desvio de doações, apelidado de “golpe do pix”. De acordo com as investigações, foram desviadas mais de R$ 410 mil, que deveriam ser entregues para pessoas desamparadas.
O plano tinha como utilização os dramas e sensacionalismo jornalístico para sensibilizar os telespectadores de um programa de TV, entre 2022 e 2023. Segundo a promotoria, eram anunciadas chaves de transferência via pix. O grupo ainda incluía dois jornalistas da emissora.
De acordo com o MP, o esquema funcionava da seguinte maneira:
- O caso era exibido no programa de TV;
- As pessoas pediam auxílio e, sem perceber, eram exploradas pelo grupo;
- A chave apresentada aos espectadores seria de um “laranja”, que também fazia parte do esquema;
- Após cada programa, os valores recebidos eram distribuídos conforme as orientações dos líderes do grupo, que ficavam com a maior parte do dinheiro.
Foi defendido pela denúncia que os participantes do golpe teriam lucrado mais de R$ 540 mil em doações e teria se adequado de 75% do montante, cerca de R$ 410 mil. O MP disse que” apenas R$ 135.945,71 foi devidamente repassado às vítimas que tinham seus dramas pessoais expostos em programa televisivo”.
“Ainda de acordo com as investigações, os denunciados, para ocultar a origem ilícita dos valores apropriados das doações que se destinavam às vítimas, realizaram diversas movimentações fragmentadas e atípicas, as quais configuram o crime de lavagem e ocultação de valores”, explicou a promotoria.
Um dos casos presentes na denúncia foi a arrecadação de R$ 64.127,44 após a divulgação de uma história na programação. O MP defende que a suposta associação criminosa se apropriou de R$ 57.591,26 e repassou R$ 6.536,18 para a vítima.