A primeira rádio da Bahia recebeu do Governo do Estado, na última quinta-feira (31), a sua mais alta honraria: a Comenda 2 de Julho – Libertadores da Bahia. O título chega no 101º ano de transmissão da emissora no ar, apostou de forma contínua nos seus profissionais, na credibilidade das informações passadas, e acima de tudo, no esforço de manter próxima a relação com os milhões de baianos que, pelo menos algumas vezes em suas vidas, escutaram o “sinal de hora” único da Rádio Sociedade da Bahia.
Sempre guiada pela inovação, com o passar do tempo e com a chegada de novas tecnologias, a Radio Sociedade se renovou sem deixar para trás a sua identidade tão única, mantendo sempre a sua missão de estar ao lado do seu ouvinte.
Hoje comandada pelo diretor Francisco Costa, além da transmissão no rádio de pilha ou no carro (102.5 FM/740 AM), a Sociedade também é SociedadeTV e SociedadeOnline, ferramentas que além de complementar, fazem com que a programação seja ainda mais dinâmica e ligada à realidade das ruas de Salvador e de toda a Bahia.
SOCIEDADE URGENTE
Essa interação já está sendo posta à prova diariamente na programação do jornalismo, que tem trazido transmissões de imagens nas reportagens, além da já conhecida transmissão do estúdio. Para o apresentador Adelson Carvalho, as mudanças revivem o perfil da imediatez característico da rádio:
“É o jornalismo mais perto do povo, o jornalismo que ouve os políticos, que questiona; o jornalismo autêntico, o que sai na frente, o que valoriza as fontes [..] por exemplo, aconteceu um fato agora envolvendo a Polícia Militar, se eu posso colocar um representante agora no ar, por que eu vou deixar para de tarde? Esse é o jornalismo autêntico e rápido, né? Que a gente sonhava voltar. Graças a Deus, ele retornou.”
Para quem encara a tarefa de transmitir a temperatura das ruas, as imagens feitas pelos profissionais da emissora carregam ainda mais profundidade e credibilidade à notícia. Rogério Alves, que há 10 anos começou a trabalhar na rádio como estagiário e hoje é reporter, explica:
“A gente tinha que transformar o que estava vendo numa experiência imersiva de imagem […] narrávamos com muita descrição e o nosso ouvinte criava aquelas imagens na mente. Agora a câmera nos dá a possibilidade de narrar o fato e se ater ao conteúdo e as informações de bastidores enquanto as pessoas vão assistindo. Essa tecnologia é fantástica e não tem mais retorno, agora a Rádio Sociedade se transformou em TV e isso é fantástico” conclui.
CONEXÃO SOCIEDADE
E para além dos upgrades na parte técnica, quem está colado na programação já deve ter notado outra grande mudança: a chegada de Jéssica Smetak no Conexão Sociedade. Antiga co-apresentadora do Balanço Geral, Smetak comenta a chegada ao comando do programa:
“Estar nesse novo projeto e apresentar o Conexão, me deixa feliz, motivada, e pronta pra fazer ainda mais. Quando a gente faz com alma, o resultado aparece. O Conexão é compromisso com a sociedade e a cada dia percebo mais como o povo me abraçou.”
Sempre contando com a participação dos ouvintes, a apresentadora acredita que essa parceria é uma identidade do programa:
“É um espaço onde a verdade tem voz, onde o povo é protagonista, onde a Bahia se escuta. Eu me orgulho demais do que estamos construindo juntos, com responsabilidade, coragem e acima de tudo, com respeito a quem nos ouve todos os dias” completou.
BALANÇO GERAL
Criado com o intuito de ser uma bancada para cobrar políticos e ações governamentais, o Balanço Geral se mantém como um canal aberto à população. Para o apresentador João Kalil, as novas tecnologias e ferramentas impulsionam ainda mais o carater participativo do ouvinte:
“O Balanço Geral voltou à sua essência, por conta exatamente de se aproximar da população, ir aonde o povo está. Um outro detalhe também que o público tá começando a interagir com a gente, de uma forma diferente. Eu estou pedindo sempre: olha, traga uma imagem para gente, seja você o nosso repórter-ouvinte.”
E de acordo com Kalil, a interação já tem transformado o fazer jornalistíco da redação. É o exemplo do saudoso quadro “Pega Visão”, que leva o programa por bairros de Salvador e pelo interior do estado, abrindo o microfone para denúncias e reclamações populares:
“Recentemente eu recebi imagens de um acidente mandado por um ouvinte, recebi um caso de uma pessoa que foi encontrada morta, a pessoa mandando imagens para a gente, isso é muito legal e esse é o objetivo dessas mudanças […], se aproximar da comunidade.”
ESPORTE
E as mudanças na rádio do povo não poderiam deixar de incluir uma das maiores paixões dos baianos e brasileiros: o esporte. Para Espedito Magrini, gestor da equipe esportiva, as mudanças técnicas conseguiram elevar quase instantâneamente a qualidade das transmissões. Para o gestor, um grande exemplo dessa evolução foi a transmissão exclusiva da edição deste ano da Copa 2 de Julho:
“[…] foi espetacular porque a cobertura repercurtiu não apenas em Salvador e no Estado, mas também em todo o Brasil, né? Tivemos a Seleção Brasileir sub-17, que reúne um monte de jogadores de estados distantes […] então, as pessoas ficavam sabendo e assistiam o jogo para matar saudade, com os meninos fora de casa participando dessa competição. E aí nós demos esse salto de qualidade fantástico com a imagem fabulosa do jogo, né? De fato uma TV feita pelo rádio.”
A transmissão de imagens nos jogos influencia diretamente o trabalho de quem precisa narrar a emoção dos lances para os milhões de telespectadores, mas para Magrini, a equipe show soube lidar “de letra” com o desafio:
“Fizemos uma narração híbrida: ao mesmo tempo narrando pro rádio e com a imagem no YouTube. Enquanto a internet pede uma transmissão cadenciada, a rádio precisa daquela correria, então uma hora você corria um pouco, outra hora você dava uma pausada, né? Dependendo do jogo, acabávamos fazendo 90 minutos com ritmo de rádio, mas eu acho que a galera compreendeu, o streaming também comporta esse tipo de narração, que eu defendo muito.”
O setor também passou por mudanças na escalação do elenco, que agora conta com Fabrício Cunha no comando do Sport+, de segundas à sextas, entre 12h e 14h, e com Tony Silva no comando do Bate Bola, também de segunda à sexta, entre 18h e 21h. De acordo com o “mister” Magrini, a remontada nas posições aproxima o público e funciona como um refino na qualidade das transmissões:
“Eu ressalto que é como uma substituiçao no futebol: a mexida trás desafios e oportunidades. Ela faz parte do jogo, é importante porque nos tira da zona de conforto. Tudo isso pensado no melhor para o nosso ouvinte e telespectador.“
TÍTULO ENCERRAMENTO
Um dos nomes que originou essas transformações é o de Noel Tavares, gerente de jornalismo. Há quase três décadas na casa, Noel hoje representa uma geração que fez da Rádio Sociedade o que ela é. Para o gestor, as mudanças trazem de volta uma marca da sua época:
“Não é mudar por mudar, […] isso e rádio raiz. Começa o programa, o apresentador já aciona o repórter de onde quer que ele esteja, os dois interagem e principalmente escutam o que o povo tem para falar […] Hoje [a Rádio Sociedade] está ainda mais forte, caminha junto com a notícia e continua divulgando os fatos com responsabilidade.”
O gestor acredita no perfil instantâneo da notícia e aposta na juventude dos profissionais. A programação da rádio conta agora com novos horários do boletim de notícias “Sociedade Agora” e ainda com o “Direto da Redação”, que interrompe a transmissão de qualquer programa para trazer fatos urgentes com exclusividade e agilidade para milhões de baianos.
E ainda tem muito por vir. De acordo com Noel, a Rádio Sociedade deve expandir ainda mais a sua marca nas redes sociais, o que permite uma diversificação no seu público
“A rádio está se renovando para ampliar o seu público. Porque àqueles de minha idade continuam ouvindo a emissora, e nada melhor do que abocanhar essa juventude que vem com fome, com sede de informação e de conhecimento […] a gente precisa também estar colado nesse público” completou.