O mês de abril é marcado pela campanha Abril Marrom, dedicada à prevenção, ao combate e à reabilitação da cegueira. Para falar sobre o tema, o programa Sociedade Urgente, com Adelson Carvalho, recebeu a Dra. Christiane Sampaio, médica oftalmologista especialista em glaucoma, para esclarecer dúvidas dos ouvintes e reforçar a importância do cuidado com a visão.
A especialista destacou que, apesar de o glaucoma não ter cura, é possível controlá-lo. Ela alertou sobre a importância do cuidado preventivo e das consultas regulares com o oftalmologista, apontando um dado preocupante: entre 60% e 80% dos casos de cegueira poderiam ter sido prevenidos ou evitados. Daí a relevância do acompanhamento médico periódico.
O glaucoma pode ocorrer em qualquer idade, inclusive em recém-nascidos, embora seja mais comum após os 40 anos. Um dos principais fatores de risco é o histórico familiar. Ter um parente com glaucoma aumenta significativamente as chances de desenvolver a doença, especialmente quando se trata de pais ou irmãos.
Dra. Christiane explicou que existem diversos tipos de glaucoma, destacando o mais comum:
“Existem vários tipos de glaucoma, mas o mais comum é o primário de ângulo aberto, que na fase inicial é completamente assintomático. Então, quando a pessoa começa a sentir alguma coisa, como comprometimento da visão ou perda de campo visual, já está na fase avançada.”
Ela reforçou a necessidade de realizar exames oftalmológicos regularmente:
“Às vezes, as pessoas esperam ter algum sinal ou sintoma para procurar o oftalmologista, mas, na verdade, devem fazer uma avaliação anual.”
Embora existam diferentes opções de tratamento, como colírios, laser e cirurgia, o diagnóstico precoce é essencial para evitar danos à visão e iniciar o tratamento antes que ocorra a lesão do nervo óptico.
Durante o programa, ouvintes enviaram dúvidas sobre a doença. Helena, de Camaçari, perguntou se, mesmo após um diagnóstico negativo, o glaucoma poderia surgir no futuro. A Dra. Christiane respondeu que o diagnóstico é válido para o momento da avaliação e não garante que a doença não possa se desenvolver posteriormente, sendo fundamental manter o acompanhamento anual.
Já Carlos Ivon, de Simões Filho, questionou sobre o lacrimejamento excessivo. Segundo a especialista, é importante identificar a causa, pois diversas doenças podem provocá-lo, mas há tratamento disponível.
Letícia, que tem alta miopia, perguntou se essa condição é um fator de risco para o glaucoma. A Dra. Christiane confirmou que sim, a alta miopia é um fator de risco não apenas para o glaucoma, mas também para outras doenças oculares.
A especialista listou alguns fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma:
“Pessoas acima de 40 anos, afrodescendentes, histórico familiar de glaucoma, uso prolongado de corticoides para tratar outras doenças – tudo isso aumenta o risco de desenvolver a doença.”
A campanha Abril Marrom reforça a importância da conscientização e do diagnóstico precoce para evitar o comprometimento da visão e garantir um tratamento eficaz.