Na manhã desta sexta-feira (30), permissionários do Mercado Ogunjá realizaram um protesto em frente à Ceasa, em resposta à interdição total do prédio e das atividades ocorrida na quinta-feira (29), em Salvador. A medida foi executada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE).
A interdição ocorreu após a SDE receber uma recomendação da Superintendência de Patrimônio (SUPAT), vinculada à Secretaria da Administração (SAEB), que apontou problemas estruturais significativos que comprometeriam a estabilidade do prédio e colocariam em risco a segurança de trabalhadores e frequentadores.
Segundo a SDE, a medida teve como objetivo “garantir a segurança dos permissionários do Mercado do Ogunjá e do público frequentador”, sendo conduzida em conjunto com a Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM).
A principal reclamação dos trabalhadores é a ausência de alternativas para realocação. “Nós recebemos essa notícia por volta das três e trinta da tarde. Nos causou muita estranheza a forma como foi feito. Não nos deram nenhuma opção, não prometeram nos realocar. Foi simplesmente ‘tirem suas coisas amanhã’, que a gente simplesmente se virasse”, disse uma vendedora.
A preocupação com as mercadorias também foi expressa pelos permissionários. “Depois de eu ter feito uma compra de mais de 20 mil reais, eles fizeram isso. Tem algumas pessoas de laticínio, de restaurante… Todo mundo abastecido porque é final e início de mês, todo mundo com a casa cheia, com o estoque cheio e tudo perecível. E eles não vão fazer nada, disseram que é para a gente retirar a mercadoria. Somos gente de bem, isso não existe. O que a gente vai fazer agora?”, questionou um vendedor de hortifruti.
Os manifestantes decidiram seguir em carreata em direção à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Segundo a Transalvador o trânsito não está sendo afetado.
Ainda segundo a SDE, equipes técnicas estão acompanhando a situação e mantendo contato direto com os permissionários para acolher e gerenciar, da melhor forma possível, as demandas e necessidades apresentadas.
De acordo com órgão, uma reunião foi marcada para o dia 5 de junho, às 14h, entre os permissionários, representantes da SDE e da FLEM, com o objetivo de discutir soluções provisórias para a situação.