O inverno começa oficialmente nesta sexta-feira (21), e deve trazer mudanças significativas no clima da Bahia. A estação será marcada por temperaturas mais baixas que as registradas em 2024 e pela persistência das chuvas na faixa leste do estado, segundo a Coordenação de Estudos de Clima e Projetos Especiais (Cocep), do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Em Salvador e região metropolitana, os termômetros já marcaram mínimas de 21ºC, o que representa uma queda de até 4 graus em relação ao comum de outras estações. No interior, o frio deve ser mais intenso, com temperaturas abaixo de 10ºC em áreas como Vitória da Conquista, Piatã e Santa Rita de Cássia.
No Leste do estado – incluindo capital, Recôncavo, litoral sul e norte -, a previsão é de chuvas fracas e contínuas até meados de agosto com períodos de sol entre nuvens. Segundo a meteorologista do Instituto, “essas chuvas são típicas do inverno: mais leves, mas persistentes. Não acumulam grandes volumes, mas mantêm o tempo mais úmido e nublado por vários dias”.
Já nas regiões do centro ao oeste, o tempo será seco, com grande variação térmica: manhãs frias, tardes quentes e umidade do ar abaixo dos 30%, o que exige atenção com a saúde. “As manhãs começam frias, mas à tarde os termômetros sobem e podem ultrapassar os 36 graus. É o que chamamos de alta amplitude térmica, associada ainda à baixa umidade do ar, que pode ficar abaixo de 30%”, alerta.
Nesse ano, não há influência de fenômenos como El Niño ou La Niña. “Estamos em uma fase de neutralidade climática, o que favorece o padrão típico da estação, com frentes frias que passam rapidamente e mantêm o tempo nublado por alguns dias”, explica Cláudia.
O Inema também chama atenção para os impactos do inverno na agricultura e na saúde. “Nas áreas litorâneas, essa sequência de chuvas favorece bastante as lavouras. Já no interior, a falta de chuvas, o ar seco e as variações de temperatura exigem mais cuidados com a saúde, principalmente respiratória”, orienta a meteorologista.
Além disso, a combinação de calor, baixa umidade e ventos fortes aumenta o risco de queimadas. “As condições meteorológicas não causam incêndios, mas facilitam sua propagação, o que também contribui para a poluição do ar e problemas respiratórios”, finaliza.