A cena no Rio de Janeiro durante a Operação Contenção lembrava um cenário de guerra: drones lançando explosivos, tiros cruzando o céu, veículos em chamas e ônibus atravessados nas ruas dos complexos do Alemão e da Penha. As imagens, que rodaram o mundo, escancararam o medo, a vulnerabilidade e o impacto da violência urbana sobre a vida de quem simplesmente tenta sobreviver em meio ao caos. Para especialistas, esse ambiente constante de tensão deixa marcas profundas, especialmente em crianças e adolescentes, gerando estresse, ansiedade, distúrbios emocionais e um corpo mantido, dia após dia, em alerta máximo.
Psicólogos e psiquiatras alertam que a violência não apenas fere fisicamente, ela adoece silenciosamente. A exposição repetida ao medo e ao perigo afeta o cérebro, o comportamento e o bem-estar coletivo, aumentando a procura por atendimento psicológico, que muitas vezes não chega a tempo. Sem políticas públicas que ofereçam suporte emocional e ferramentas para lidar com o estresse, sobretudo nas comunidades mais impactadas, a cidade segue revivendo traumas enquanto parte da população luta para respirar em meio à sensação de insegurança permanente.