O Brasil encerrou 2024 respirando um pouco mais aliviado na luta contra a crise climática, ao reduzir em 16,7% suas emissões brutas de gases de efeito estufa em relação ao ano anterior, totalizando 2,145 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente. Considerando também as remoções naturais feitas por áreas protegidas e florestas secundárias, a queda alcança 22%, o melhor resultado em 16 anos e um feito que fortalece a posição do país antes da COP30. O avanço foi impulsionado principalmente pela redução do desmatamento, com destaque para a Amazônia, que registrou queda de 41% nas emissões, além de recuos relevantes no Cerrado e no Pantanal.
Mesmo com o resultado positivo, o Brasil ainda enfrenta desafios importantes. O setor de uso da terra segue como um dos que mais contribuem para as emissões, apesar da forte retração no último ano, enquanto a agropecuária assumiu a liderança nas emissões líquidas ao registrar queda mais tímida. Paralelamente, áreas como energia, indústria e resíduos voltaram a crescer. O país também viveu um ano marcado por queimadas intensas em praticamente todos os biomas, fator que, se incluído no inventário climático, elevaria consideravelmente o volume total de emissões. O cenário mostra que houve progresso consistente, mas reforça a necessidade de manter e ampliar políticas ambientais para garantir um caminho contínuo rumo a uma economia de baixo carbono.