A presença de circovírus foi confirmada em 11 ararinhas-azuis mantidas em um criadouro de Curaçá, no sertão da Bahia. As aves, que viviam soltas na natureza, foram submetidas a exames após suspeitas de contaminação e tiveram resultado positivo para o vírus, conhecido por causar quadros graves e potencialmente fatais em psitacídeos.
O ICMBio informou que aplicará uma multa de R$ 1,8 milhão à empresa responsável pelo criadouro, que abriga atualmente 103 indivíduos da espécie. Segundo o órgão, a investigação apontou falhas significativas no cumprimento de protocolos de biossegurança, o que teria favorecido a circulação do vírus no ambiente.
Durante inspeções realizadas em conjunto com o INEMA e a Polícia Federal, equipes encontraram comedouros em condições inadequadas, com acúmulo de fezes ressecadas, além de instalações sem limpeza e desinfecção adequadas. Funcionários também foram flagrados realizando o manejo das aves sem o uso de equipamentos de proteção, utilizando vestimentas comuns do dia a dia.
A estrutura baiana mantém parceria com uma organização internacional dedicada à conservação de papagaios ameaçados, detentora da maior parte dos registros da espécie no mundo. Para conter o avanço da doença, as aves estão sendo separadas entre infectadas e saudáveis, enquanto novas medidas de controle sanitário passam a ser exigidas.
As ararinhas-azuis voltaram a voar em liberdade na caatinga em 2022, duas décadas após serem consideradas extintas na natureza. A reintrodução ocorreu após um programa de reprodução em cativeiro e repatriação de aves mantidas no exterior. A recaptura recente dos animais infectados teve início em novembro, depois de o primeiro caso de circovírus ter sido identificado em maio deste ano, desencadeando uma força-tarefa para evitar que a doença se espalhe para outras espécies da região.