O Criadouro Ararinha-azul, instalado em Curaçá, no sertão baiano, contestou oficialmente as acusações do ICMBio sobre supostas falhas em seus protocolos de biossegurança. Em fiscalização recente, o órgão federal apontou problemas como acúmulo de resíduos, falhas na rotina de desinfecção e uso inadequado de equipamentos de proteção por parte da equipe. A direção do criadouro, porém, afirma que as observações não refletem a realidade da operação e garante que adota procedimentos rígidos de higiene e manejo.
Atualmente, 103 ararinhas-azuis são mantidas na unidade. Segundo a empresa, 98 delas apresentaram exames negativos para circovírus, enquanto cinco tiveram algum resultado positivo. Entre o grupo total estão as 11 aves recapturadas na natureza. O criadouro destaca que conta com uma equipe técnica formada por veterinários e especialistas brasileiros e estrangeiros, alguns com mais de 15 anos dedicados à conservação da espécie. Além das ararinhas, duas maracanãs também são mantidas no local, ambas com laudos negativos para doenças virais.
A organização afirma haver discrepâncias entre os métodos de testagem aplicados. Testes convencionais, segundo o criadouro, identificaram de duas a três aves com resultados positivos, enquanto exames de PCR em tempo real apontaram positividade nas 11 ararinhas recapturadas. Todas as aves com qualquer indício de contaminação, afirma a empresa, estão isoladas e sob acompanhamento individualizado.
O criadouro também informou que apresentou defesa contra a multa de R$ 1,8 milhão aplicada pelo ICMBio e reclama que ainda não teve acesso ao laudo completo que embasa a autuação. A instituição solicitou a liberação integral dos documentos e uma reunião técnica com o instituto e laboratórios responsáveis para reavaliar as análises. Para o empreendimento, atribuir responsabilidades sem uma revisão detalhada pode prejudicar iniciativas privadas de conservação que, segundo eles, são essenciais para a sobrevivência da espécie.