O avanço do projeto de lei que propõe mudanças nas regras para a realização de eventos no bairro da Barra deve ficar para o início do próximo ano legislativo. O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), afirmou que a matéria só será levada ao plenário após a realização de audiências públicas, previstas para ocorrer até março, com o objetivo de ampliar o diálogo com moradores, comerciantes e demais setores impactados. Segundo ele, a ausência de tempo hábil e de um debate mais plural impediu que iniciativas consideradas polêmicas avançassem em 2025.
A declaração foi feita hoje, durante o balanço anual das atividades da Câmara Municipal de Salvador. Na avaliação de Muniz, o tema acabou sendo discutido sob apenas um ponto de vista, o que comprometeu a construção de um consenso mínimo entre os vereadores. O presidente da Casa defendeu que projetos com forte impacto urbano e cultural precisam, necessariamente, passar por um processo de escuta social mais amplo. Na mesma ocasião, ele anunciou que parte dos cerca de R$ 50 milhões economizados pelo Legislativo ao longo do ano será destinada às obras de requalificação do Paço Municipal.
De autoria do vereador Maurício Trindade, o projeto estabelece restrições ao uso de equipamentos de som, como trios elétricos, carros de som e caixas móveis, além de vedar a instalação de palcos e estruturas semelhantes em áreas públicas da Barra, incluindo espaços externos de bares e restaurantes. A proposta, no entanto, preserva eventos tradicionais do calendário da capital baiana, como Carnaval, Furdunço e Fuzuê. O debate ganhou ainda mais visibilidade após a realização recente de festas como o Luau do Tardal e o Super Bololô, que atraíram grande público à região e reacenderam a discussão sobre limites, convivência urbana e o uso dos espaços públicos.