O presidente Lula elevou o tom hoje ao afirmar que o Brasil não pretende estender indefinidamente as negociações sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo ele, resistências internas em países como França e Itália têm travado o processo e, caso não haja desfecho ainda em dezembro, o governo brasileiro encerrará a negociação durante seu mandato. Para Lula, o impasse se arrasta há tempo demais e o pacto, esperado há mais de duas décadas, tende a beneficiar mais os europeus do que os sul-americanos.
A expectativa era de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viesse ao Brasil nos próximos dias para formalizar o acordo fechado há um ano, após 25 anos de discussões com Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Enquanto isso, o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu seguem negociando salvaguardas, especialmente relacionadas a produtos agrícolas, em meio à pressão por regras mais rígidas sobre importações vindas do bloco sul-americano.