Uma das maiores reclamações e denúncias que se ouve em qualquer lugar é a demora no atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde), seja por falta de regulação, profissionais, recursos hospitalares ou filas gigantes de espera para conseguir um tratamento, a reclamação sempre é a mesma: a demora.
E nesta sexta-feira (3), durante a entrevista no Conexão Sociedade, programa da Rádio Sociedade da Bahia, a secretária de Saúde de Salvador, Ana Paula Matos, revela os reais motivos que ocasionam neste problema.
A secretária explica que dedicou esses primeiros momentos, desde que assumiu a pasta de saúde, para entender as problemáticas que tanto são denunciados pela população e revela que tem visitado as UPAs da cidade para ver a situação de cada Unidade de Pronto Atendimento.
“Durante a semana tenho ido para as unidades, passado com as pessoas e tenho usado os finais de semana para trabalhar com a equipe”, disse Ana Paula.
A gestora da pasta atribui a grande fila de espera à fila única de solicitações que vale para todo o Estado da Bahia.
“Sábado passado a gente [equipe da secretária] ficou o dia inteiro entendendo essa fila da regulação, entendendo como melhorar esse procedimento porquê é junto com o estado. Existe uma fila única para a Bahia toda, onde estão os pedidos de exames das especialidades, e tem também da questão de urgência, cirúrgica e da necessidade de regular com o estado”, informou.
Tendo em vista esse problema, a parlamentar menciona um exemplo para dar a dimensão do quão longa a fila é e quais foram as soluções que encontrou para tentar solucionar tal dilema.
“Estamos fazendo um trabalho administrativo para gerenciar melhor isso. Essa fila é desde 2018, tem pessoas aguardando ultrassom pré-natal de 2018 que não faz mais sentido. Então a gente está estudando como fazer um fluxo com o Ministério Público para registrar essa organização da fila e aqueles outros casos que tivermos dúvida, que nesse caso [do ultrassom] não há dúvida: se era uma gravidez em 2018 é impossível estar até hoje grávida esperando. Então já conversei com a Secretaria de Tecnologia, para criar um sistema de comunicação melhor com essas pessoas”, mencionou.
A secretária da pasta de Saúde explica que os casos cujo há dúvida se atribui a pessoas que mesmo conseguindo as consultas e tratamentos, acabam não indo para a Unidade de Saúde no dia definido.
“Muitas vezes, a gente consegue marcar um exame especializado, uma consulta e nós temos 30% em média de pessoas que não vão. Não vão porquê mudaram o celular porquê era pré-pago e perderam o número, porquê no dia não tiveram dinheiro para transporte, no dia não tiveram com quem deixar o filho ou precisaram usar a sua força de trabalho para uma diária numa faxina, como pedreiro ou ajudante”, explicou.
Ana Paula Matos diz ainda que, para resolver as questões que identificou na pasta, precisa envolver as outras áreas como sociais e educação para entender melhor e assim, propor soluções.
Foto: Reprodução / PMS