A denúncia feita por Laura Nascimento, jovem negra de 19 anos acusada injustamente de furto em uma unidade do Atakadão Atakarejo em Salvador, ganhou novos desdobramentos. Além do constrangimento sofrido dentro do supermercado, a vítima afirma que não recebeu qualquer assistência da empresa após o episódio, que ocorreu na última sexta-feira (1).
Apesar da gravidade do caso, o registro feito na quarta delegacia de Polícia Civil foi classificado como constrangimento ilegal, e não como injúria racial ou racismo. Isso impede que a ocorrência seja encaminhada à DECRIN (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial), o que levou a defesa da jovem a solicitar a reformulação do boletim de ocorrência.
Gilson Alves, advogado de Laura, também pediu que o Ministério Público acompanhe o caso e avalie se houve descumprimento de um acordo firmado pela empresa com o próprio MP, após o assassinato de dois jovens negros flagrados furtando carne dentro de uma das unidades da rede.
De acordo com o advogado, o Atakarejo firmou um termo de ajustamento de conduta com 41 cláusulas de compromisso, entre eles a capacitação dos colaboradores contra ações discriminatórias.
Em nota enviada a Rádio Sociedade da Bahia, a rede Atakarejo informou que os colaboradores envolvidos foram afastados e que uma apuração interna está em andamento. Nós entramos em contato com Polícia Civil, mas até o fechamento dessa matéria não obtivemos retorno.