Na manhã desta segunda-feira (26), em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, o presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Gilberto Waller Junior, explicou como a falta de procedimentos mais rigorosos possibilitou a fraude dos descontos indevidos. De acordo com o presidente, o órgão tapava o sol com a peneira.
“O INSS fazia acordo de cooperação, a instituição informava quem era os seus associados e o órgão comandava o desconto. Quando havia alguma reclamação, tinha no acordo que o INSS poderia cobrar da instituição a informação ou documento que comprovasse o vínculo, a autorização e a identidade era juntada para o INSS”, iniciou Weller.
Complementando, o presidente afirmou que os números chamaram a atenção de outros órgãos e o INSS não agiu sobre o assunto. “Verificando essa fragilidade de controle, verificando toda essa crescente que possibilitou uma fraude desse tamanho. Em 2021, 2022 e início de 2023, foi checado que essas fraudes aumentavam.
Chegou a chamar a atenção de órgãos de controle como TCU [Tribunal de Contas da União] e CGU [Controladoria-Geral da União], mas a administração do INSS nada fez, muito pelo contrário, ela tapava o sol com a peneira, ela fazia uma instrução normativa dizendo que daqui para frente o controle seria melhor, mas abria brechas, podendo fazer um controle de forma paralela. Isso possibilitou essa fraude”, explica o presidente.
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