Símbolo de proteção e afeto, o segundo domingo de agosto, dia dos pais, celebra os heróis do dia-a-dia e o Sociedade Urgente desta sexta-feira (9), entrevistou Elídio Almeida, psicólogo e terapeuta familiar, para ele este é um tema que vem em constante evolução. “Felizmente hoje, a gente tem se deparado com o papel de pai muito mais adaptado às necessidades da lógica familiar” disse Elídio.
O programa Sociedade Urgente desta sexta-feira(9), apresentado por Adelson Carvalho, entrevistou o psicólogo e terapeuta familiar Elídio para tratar sobre o papel da paternidade na sociedade moderna.
O abandono afetivo é uma consequência da prática de negligenciamento do pai, mãe ou ambos, para com os cuidados em vários aspectos da vida dos filhos, resultando em danos na saúde física e emocional dos menores.
A ausência da figura paterna durante o desenvolvimento das crianças e adolescentes pode ter impacto na saúde física e mental delas. Em muitas situações, causam danos irreparáveis, que podem perdurar por toda uma vida. Negligenciar a convivência com os filhos, assim como negar afeto, é uma violação dos direitos da criança e do adolescente.
O psicólogo falou das mudanças sobre o papel do pai na sociedade durante a história; “não tem um conceito único e este conceito único nunca existiu na história, na verdade, a ideia de ser pai ela vem sendo moldada ao longo da história, e em cada época a gente entende que existe um papel de pai. Felizmente hoje, a gente tem se deparado com o papel de pai muito mais adaptado às necessidades da lógica familiar, sobretudo porque a gente tem pais participando, enquanto antes no passado, a gente tinha o pai que era apenas o provedor, o pai figurativo e não participava da educação, do desenvolvimento, do cuidado, da instrução e hoje a gente tem percebido esse movimento dos pais cada vez mais se integrando e assumindo responsabilidades, dividindo com as mães a responsabilidade da criação e formação dos filhos.” disse Elídio Almeida.
Ainda de acordo com o psicólogo: “Havia e ainda há, infelizmente, muita segregação do que é para menino e o que é para menina, então, hoje a gente tem percebido a sociedade, e os estudos e a evolução tem mostrado que a gente precisa ser acolhedor em todos os ambientes para todas as pessoas e para todos os gêneros. Então, no campo dos esportes, especialmente o futebol, que era um campo majoritariamente masculino, a gente percebe hoje as meninas participando e com isso também os pais tendo oportunidade de transmitir esses valores que antes era privilégio apenas para os meninos mas também ingressar as meninas nesse processo, é muito satisfatório e a gente vê em consequência disso, as famílias compartilhando todos os espaços do que aquilo que era segregado, ‘isso é para menino, isso é para o pai e pro filho e aquilo ali é para a mãe e pra menina’.”
A presença familiar é de fundamental importância para o desenvolvimento da criança, num ambiente mentalmente saudável para o seu crescimento. “Eu tô lembrando de uma conversa que eu tive semana passada com um paciente meu, ele retratando em que a filha agora com 17 anos, começando a namorar… E ele chamou a esposa e falou bem assim: ‘Olha, temos 2 filhos, um menino e uma menina, eu fico responsável pela educação sexual dele e você pela educação sexual dela’. E eu falei, ‘opa, até aí tudo bem’, muitas vezes as meninas realmente tem mais assuntos que ficam muito mais a vontade com as mães, os meninos às vezes ficam mais à vontade com os pais. Mas aí eu perguntei a ele: ‘E porque não também o pai participar disso?’” comenta o Psicólogo.
“Porque de algum modo a gente ainda acaba legitimando aquela lógica de que o gênero são formados apenas pelos respectivos pais, tanto pela mãe ou pelo pai, e a ideia e que também o pai consiga participar de dizer assim: ‘Olhe, conte comigo, se tiver alguma dúvida’, levar também a percepção dele de homem, dessa sociedade, do qual inclusive ele também já passou por esse momento e que muitas vezes esse lugar de fala, não necessariamente só a mãe precisa ocupar, é importante também que os pais não segreguem, que cada um as vezes assuma aquilo conforme tem mais afinidade, que fique mais à vontade, mas que não seja assim ‘olhe, isso aqui você conversa só com sua mãe, ou isso aqui só com o seu pai’.” concluiu Elídio Almeida.
Para evitar os possíveis danos, o judiciário tem tomado medidas severas para garantir que de alguma forma essas pessoas em desenvolvimento tenham seus vínculos respeitados. De acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 227: “É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, o direito à vida, saúde, alimentação, educação, lazer, cultura, dignidade e o respeito. Além de colocar a salvo de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, crueldade e opressão(Brasil 1988)”.
Assista a entrevista na íntegra no canal Rádio Sociedade da Bahia no Youtube: