Durante entrevista ao programa Sociedade Urgente desta sexta-feira (22), o presidente do Esporte Clube Vitória, Fábio Mota, comentou sobre a disparada nos custos do futebol brasileiro, especialmente em relação aos salários de jogadores e treinadores. Segundo ele, a elevação dos valores está diretamente ligada ao aumento da arrecadação dos clubes, impulsionado por novos modelos de negociação de direitos e pelo crescimento do patrocínio, especialmente com a entrada das casas de apostas.
- Leia também: Fábio Mota revela a diferença entre torcedor e simpatizante
- Leia também: Fábio Mota fala sobre estrutura do Vitória e revela investimentos do clube
“Hoje é mais barato você trazer um estrangeiro para jogar no Brasil do que contratar jogadores que estão aqui. Primeiro, porque não tem disponibilidade e ficou muito caro”, afirmou Fábio. Ele ainda destacou que a Série A do Campeonato Brasileiro vive um dos momentos com maior número de jogadores estrangeiros na história.
O dirigente explicou que a criação dos blocos econômicos, como a Libra e a Liga Forte União (LFU), permitiu aos clubes negociarem seus direitos de transmissão e publicidade de forma mais vantajosa. Isso, segundo ele, aumentou significativamente a receita das agremiações, o que acabou gerando uma pressão por salários mais altos.
“Quando assumi o Vitória, há pouco mais de três anos, a camisa do clube tinha R$ 500 mil por ano de patrocínio. Hoje, está perto de R$ 30 milhões”, revelou. “As bets chegaram como um fenômeno. Hoje, o maior patrocinador de qualquer clube brasileiro é uma casa de apostas”, completou.
Para Fábio Mota, esse novo cenário financeiro, apesar de positivo para os clubes em termos de arrecadação, também elevou drasticamente os custos operacionais. “O jogador que ganhava R$ 10 mil, hoje quer ganhar R$ 100 mil. O treinador que ganhava R$ 100 mil, hoje quer R$ 500 mil. Ou seja, o futebol ficou muito caro. Tudo ficou muito caro”, concluiu.
