Em entrevista ao Sociedade Urgente nesta sexta-feira (22), o presidente do Esporte Clube Vitória, Fábio Mota, trouxe uma análise crítica sobre as tradicionais pesquisas de torcida no futebol brasileiro. Para ele, é essencial separar o “torcedor” do “simpatizante” na hora de avaliar o real impacto econômico que cada grupo representa para os clubes.
“Geralmente, eu vejo essas pesquisas que dizem: ‘tal clube tem tantos milhões de torcedores’. Mas aquilo, na verdade, é simpatizante”, explicou. Segundo Mota, o verdadeiro torcedor é aquele que se envolve ativamente com o clube: vai ao estádio, é sócio-torcedor, compra camisa e consome os produtos oficiais.
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Ele destacou que o ticket médio do Vitória hoje é de R$ 87, um valor considerado alto no cenário nacional, justamente por conta do engajamento real da torcida rubro-negra. “O torcedor do Vitória consome o produto. E isso faz diferença”, afirmou.
Na visão de Fábio Mota, apesar das pesquisas influenciarem a percepção de massa, o que realmente importa para os patrocinadores é o impacto econômico real: número de sócios, vendas de produtos oficiais e presença nos jogos. “Quando o patrocinador senta para fechar um contrato, ele quer saber quantas camisas você vende, quantos sócios tem, qual a média de público. Ele quer transformar esses números em retorno de marca”, disse.
Ele ainda citou o Flamengo como uma exceção no cenário brasileiro, por possuir uma torcida massiva que representa uma fatia fora da curva. Mas, fora esse caso, reforçou que a maioria dos clubes precisa apresentar dados concretos de consumo para atrair investimento.
“O simpatizante é aquele que responde pesquisa dizendo que torce, mas nunca foi a um jogo, não é sócio, não compra nada. Para o clube, o que realmente faz diferença é o torcedor que participa ativamente”, concluiu.