Com a incorporação dos dados de janeiro, a variação acumulada em doze meses revelou que os domicílios de renda muito baixa registraram a menor alta inflacionária (4%), enquanto as famílias de renda alta tiveram a taxa mais elevada (5%). As informações compõem o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta terça-feira (18/2) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e estão organizadas na tabela a seguir:

Assim como ocorrido em dezembro, as principais contribuições positivas para a inflação vieram dos grupos “alimentos e bebidas” e “transportes”. Enquanto o impacto da alta dos alimentos foi mais forte nas faixas de renda mais baixas, dado o maior percentual de gasto com produtos dessa natureza no orçamento dessas famílias, os reajustes do grupo transportes pressionaram mais intensamente a inflação do segmento de renda alta.
No caso dos alimentos, os itens que mais contribuíram positivamente para a inflação foram os tubérculos (8,2%), carnes (0,36%) e aves e ovos (1,7%), além do forte reajuste do café (8,6%). Em relação aos transportes, destaca-se os aumentos dos combustíveis (0,75%), além dos reajustes das passagens aéreas (10,4%) e do ônibus urbano (3,8%).
Em contrapartida, a deflação apontada pelo grupo habitação, refletindo a queda das tarifas de energia elétrica (-14,2%), gerou um alívio inflacionário para todas as classes, explicando, desta forma, a melhora do resultado da inflação em janeiro.
A comparação com janeiro de 2024 mostra que, à exceção da inflação das faixas de renda alta, que apontou uma taxa significantemente maior, todas as demais classes de renda registraram uma descompressão inflacionária em janeiro de 2025. A desaceleração da inflação para as cinco primeiras faixas de renda é resultante, sobretudo, da melhora no desempenho do grupo habitação.
As tarifas de energia elétrica, por exemplo, apresentaram deflação de -14,2% em 2025, contrastando com a queda de -0,64% registrada em janeiro do ano passado. Já para a faixa de renda alta, o aumento da inflação corrente decorre da aceleração dos preços das passagens aéreas e dos combustíveis, com altas de 10,4% e 0,75%, respectivamente, em janeiro deste ano, ante quedas de 15,2% e 0,39%, em janeiro do ano anterior.