O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez sua primeira declaração pública nesta quarta-feira (14) a respeito das alegações de que teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de forma inadequada para investigar simpatizantes de Jair Bolsonaro. A fala ocorreu no início da sessão plenária do Supremo, onde recebeu apoio dos ministros Roberto Barroso e Gilmar Mendes, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Moraes destacou que “nenhuma das questões levanta preocupação para meu gabinete, para mim ou para a integridade dos procedimentos”. Ele garantiu que todas as ações foram realizadas dentro do escopo de investigações já em curso. O ministro afirmou que “não há nada a ocultar”, explicando que os documentos e relatórios solicitados ao TSE estavam relacionados a indivíduos que já estavam sob investigação do STF.
O ministro esclareceu que, durante as investigações, a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) supervisionaram os processos. Moraes explicou que recorrer ao TSE foi o “caminho mais eficiente” na época, uma vez que a PF havia mostrado pouca cooperação em certos momentos. Ele detalhou que os relatórios elaborados pela assessoria do TSE eram oficialmente arquivados e enviados ao STF, com ciência imediata à PGR e repasse para a PF.
Moraes também observou que os relatórios buscavam registrar postagens em redes sociais antes que fossem removidas, e abordavam temas como ataques às urnas eletrônicas e tentativas de golpe. Ele lamentou a disseminação de interpretações falsas e notícias fraudulentas que dificultam o combate à desinformação.