O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a cobertura dos 16 imunizantes do calendário obrigatório voltou a crescer de forma consistente desde 2023, mas alertou que o avanço ainda enfrenta um obstáculo persistente: o negacionismo e a disseminação de informações falsas sobre vacinas. As declarações foram feitas hoje, durante participação no programa Bom Dia, Ministro, do CanalGov. Segundo ele, a propagação de mentiras impacta diretamente o trabalho dos profissionais de saúde e a segurança das famílias brasileiras, muitas vezes impulsionada por interesses financeiros.
Padilha destacou que o Ministério da Saúde atua em conjunto com a Advocacia-Geral da União para combater judicialmente conteúdos enganosos, inclusive aqueles promovidos por profissionais da área e cursos que atacam a vacinação. Apesar dos desafios, o ministro ressaltou os avanços no controle de doenças como o sarampo: neste ano, todos os casos registrados no país tiveram origem externa, o que permitiu ao Brasil manter o certificado de país livre da circulação do vírus. Ele também projetou que 2025 deverá encerrar com índices de imunização superiores aos de 2024, ano em que houve um aumento expressivo no número de municípios que atingiram a meta de 95% de cobertura vacinal.
Ao comentar sobre a dengue, Padilha anunciou que a vacinação de profissionais de saúde com o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan, aprovado recentemente pela Anvisa, deve começar no fim de janeiro de 2026. A estratégia inclui ações piloto em cidades como Botucatu, em São Paulo, e Maranguape, no Ceará, com foco na aceleração da imunização antes do período mais crítico da doença. De acordo com o ministro, estudos indicam que alcançar cerca de 40% de cobertura vacinal em áreas urbanas pode ser decisivo para reduzir a circulação do vírus e controlar surtos da dengue.