Durante a entrevista concedida ao Sociedade Urgente nesta sexta-feira (22), o presidente do Esporte Clube Vitória, Fábio Mota, explicou as razões por trás da instabilidade do time nas últimas temporadas. Segundo ele, o processo é consequência natural de uma reconstrução profunda, iniciada ainda na Série C.
“A instabilidade é simples de entender. O time da Série C era um, da Série B foi outro, e o da Série A é completamente diferente. Quando você muda de elenco a cada ano, não tem como manter a continuidade”, explicou.
Fábio destacou dois pontos principais que dificultam a estabilidade esportiva do clube: a falta de recursos financeiros para montar elencos mais competitivos e a necessidade de reconstruir toda a estrutura da divisão de base. “Quando você tem pouco dinheiro, você erra mais nas contratações, porque precisa apostar em quantidade para acertar na metade”, disse. “Hoje o Vitória já tem uma base mais forte, mas isso é fruto de muito trabalho nos bastidores”.
O presidente ressaltou que estabilidade no futebol só é possível com muito dinheiro ou uma base sólida, e que o Vitória ainda está construindo essa base. “Você só consegue contratar três ou quatro reforços pontuais por temporada quando já tem um elenco formado com atletas da base. Quem contrata 10, 20 ou 30 jogadores por ano é porque está tentando formar uma base do zero”, afirmou.
Fábio Mota relembrou o passado recente do clube, que passou seis anos sem honrar compromissos e perdeu credibilidade no mercado. “Retomamos relações com clubes da Argentina, Uruguai, Equador. O Vitória está sendo reconstruído também em sua identidade e imagem”.
Por fim, o dirigente deixou claro que esse processo ainda levará tempo. “O Vitória é uma instituição em reconstrução, e vai continuar nesse processo por mais três ou quatro anos. Só assim vamos alcançar a estabilidade que tanto queremos”, concluiu.