O Reino Unido anunciou neste domingo (21) o reconhecimento oficial do Estado da Palestina, após Israel descumprir condições estabelecidas em julho, como a implementação de um cessar-fogo em Gaza e o compromisso com negociações visando a solução de dois Estados.
“Hoje, para reacender a esperança de paz entre palestinos e israelenses, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”, afirmou o primeiro-ministro Keir Starmer em publicação no X. A medida, inédita entre os países do G7, foi acompanhada por Canadá e Austrália e deve ganhar adesão de outras nações, como a França, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York.
A decisão tem grande peso simbólico. O Reino Unido teve papel central na criação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial e sempre manteve relações próximas com o país. Agora, Starmer rompe com a posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se opõe ao reconhecimento.
De acordo com o governo britânico, Israel não cumpriu as exigências apresentadas em julho, entre elas o cessar-fogo com o Hamas, o aumento da entrada de ajuda humanitária em Gaza, a suspensão de planos de anexação da Cisjordânia e o avanço em um processo de paz.
Husam Zomlot, chefe da Missão Palestina em Londres, comemorou a medida, descrevendo-a como um “reconhecimento há muito aguardado” e um passo “irreversível” rumo à justiça e à reparação de erros históricos.