O Supremo Tribunal Federal (STF) começa na próxima terça-feira (2) o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados acusados de articular uma trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. Trata-se de um processo inédito após a redemocratização, que pode levar à prisão um ex-presidente da República e generais do Exército. Entre os réus estão também ex-ministros, ex-comandantes militares e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. Todos respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Para o julgamento, o STF montou um esquema especial de segurança e credenciamento, diante da grande mobilização de imprensa e público. Foram mais de 500 pedidos de jornalistas e mais de 3 mil inscrições de cidadãos interessados, dos quais apenas 1.200 foram aceitos. As sessões ocorrerão entre os dias 2 e 12 de setembro, com o relator Alexandre de Moraes sendo o primeiro a votar. A decisão dependerá da maioria da Primeira Turma, composta por cinco ministros, e, em caso de condenação, as prisões não serão automáticas, pois ainda caberão recursos.
