Banhistas relataram a presença de uma grande quantidade de águas-vivas na praia do Corsário. Em janeiro deste ano, um boletim emitido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) já alertava sobre o risco desses animais marinhos, conhecidos tecnicamente como cnidários, que no verão aparecem com mais frequência devido à temperatura da água que facilita a reprodução.
Como explica o Ministério da Saúde (MS), as águas-vivas (ou medusas) e caravelas são animais aquáticos simples e de vida livre, e o aumento súbito da população de cnidários em um local é chamado de afloramento de medusas. Dentre os fatores que têm contribuído para este fenômeno no país, nas últimas décadas, está o aumento da temperatura das águas oceânicas e alterações dos ambientes praianos.
Sintomas e tratamento
Como informa o MS, o contato com tentáculos de cnidários podem causar ardência e/ou dor intensa no local, que podem durar de 30 minutos a 24 horas. Além disso, placas e pápulas urticariformes lineares aparecem precocemente, podendo dar lugar a necrose superficial, bolhas e necrose importante em cerca de 24 horas.
Após o incidente em Ibiza, a cantora Anitta perguntou, em suas redes sociais, “se essa cicatriz fica para sempre” e a resposta é que não: essas marcas podem persistir no local por meses. O Ministério da Saúde alerta ainda que, em casos mais graves (dependendo da extensão da área comprometida), o quadro pode ser sistêmico, com ocorrência de cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, náuseas, vômitos, espasmos musculares, febre, arritmias cardíacas.
Uma vez que o banhista teve contato com a água-viva, inicialmente, devem ser usadas compressas geladas (água do mar gelada ou cold packs). Especialistas esclarecem ainda que água doce não deve ser utilizada para lavagem do local da lesão, nem para aplicação das compressas geladas, pois pode piorar o quadro do envenenamento.
“Em seguida deve-se realizar a remoção dos tentáculos aderidos à pele, que deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça, lâmina ou mão enluvada e o local deve ser lavado abundantemente com ácido acético a 5% (vinagre, por exemplo), sem esfregar a região acometida. Essa medida inativa cnidócitos, impedindo envenenamento posterior, uma vez que as células continuam despejando seu conteúdo na pele”, detalha o MS, acrescentando que os pacientes devem procurar assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realização de tratamento complementar.
Prevenção
- Evite áreas onde há presença de águas-vivas e caravelas
- Pergunte ao guarda-vidas sobre a presença destes animais no local
- Alguns estados adotam uma bandeira lilás no posto do guarda-vidas como indicativo da presença de águas-vivas e caravelas
- Outro indicativo da presença de cnidários é o avistamento destes animais na areia da praia
- Não toque nestes animais, mesmo mortos
- Ao caminhar na praia, procure utilizar calçado, evitando assim pisar em tentáculos de águas-vivas e caravelas
- Ao praticar mergulho, considere utilizar roupa de mergulho que cubra a maior parte possível da pele