O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou nesta quarta-feira (7) a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições. Castillo, que responde ao terceiro processo de impeachment em um ano e meio de poder, declarou ainda estado de emergência e impôs um toque de recolher em todo o país.
Logo após o anúncio, que ocorre horas antes do julgamento do impeachment, a Suprema Corte do Peru chamou o ato de golpe de estado e pediu que a vice-presidente do país, Dina Boluarte, assuma a presidência – há algumas semanas, Boluarte rompeu com Castillo.
A dissolução do Congresso no Peru é permitida pela Constituição do país e a sua utilização não é incomum. Em 2019, o então presidente Martín Vizcarra, também dissolveu o Congresso e convocou novas eleições. O mesmo ocorreu em 1992, durante a gestão de Alberto Fujimori.
Primeiro presidente de origem rural na história republicana do Peru, Castillo chegou ao poder em 2021 sem experiência política prévia. Desde então, já trocou cinco vezes de gabinete e perdeu apoios no Congresso e entre sua base de esquerda.
Na semana passada, o Congresso peruano aprovou a abertura de um processo de impeachment contra Castillo, que é acusado pela oposição de “incapacidade moral” para ocupar o cargo.
A pressão aumentou também depois que o Congresso começou a avaliar uma denúncia do Ministério Público do país contra Castillo por suspeita de corrupção. A Promotoria pede que ele seja afastado temporariamente do cargo.