Obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira, o ex-presidente Jair Bolsonaro passou ao menos duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, segundo informou o jornal The New York Times (NYT), nesta segunda-feira (25).
A publicação norte-americana divulgou ainda imagens de vídeo e fotos do momento em que Bolsonaro entrou no edifício no dia 12 de fevereiro, saindo apenas dois dias depois. Imagens de satélite obtidas pelo veículo mostram que o carro usado por ele ficou estacionado na embaixada.
Segundo o New York Times, a permanência de Bolsonaro na embaixada indica sua tentativa de “fortalecer os laços” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, conhecido por sua posição na extrema-direita da Europa. Essa estratégia visava possivelmente evitar sanções legais no Brasil.
Se um mandado de prisão preventiva fosse emitido contra Bolsonaro e ele estivesse hospedado em uma embaixada internacional, a situação seria complexa. As embaixadas são consideradas territórios sob a jurisdição do país que representam, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961. Isso significa que, em teoria, as autoridades do país anfitrião não têm o direito de entrar em uma embaixada estrangeira sem permissão.