Durante a Superbahia 2025, realizada no Centro de Convenções de Salvador, o CEO da WasteZero, Isaías Silva, chamou atenção para um problema grave: cerca de 30% dos alimentos produzidos no Brasil são desperdiçados antes de chegar à mesa do consumidor. E, segundo ele, a Bahia ocupa a liderança nacional nesse ranking preocupante.
Para enfrentar esse cenário, a WasteZero, primeira plataforma baiana dedicada a combater o desperdício de alimentos e digitalizar negócios locais, criou um aplicativo que conecta supermercados e consumidores. A proposta é simples: oferecer produtos próximos do vencimento, com pequenas avarias ou em excesso de estoque, mas ainda próprios para consumo, a preços reduzidos.
O app conta com três frentes de atuação. A primeira é voltada à digitalização de mercados de bairro, com taxas muito mais baixas que as de grandes aplicativos de delivery. A segunda é a Sacola WZ, kits de excedentes de padarias e restaurantes vendidos com desconto. E a terceira é o Ecobox, caixas com 15 a 20 itens, semelhantes a uma cesta básica, enviadas direto de centros de distribuição para o consumidor final, o que reduz custos e etapas da cadeia de abastecimento.
Além de apoiar o bolso do consumidor e reduzir perdas para os comerciantes, a iniciativa contribui para o meio ambiente, evitando que toneladas de alimentos em condições de consumo sejam descartadas. “O objetivo é recuperar dinheiro do lixo e dar uma nova chance a esses produtos”, explica Isaías.
De acordo com ele, o desperdício de alimentos no Brasil representa um prejuízo de R$ 61 bilhões por ano. O projeto está alinhado a três Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: erradicação da fome, consumo e produção responsáveis, e parcerias para o desenvolvimento.
A WasteZero, que nasceu na Bahia, vê potencial para expandir o modelo e alcançar mais regiões do país, ajudando a combater um problema que é social, econômico e ambiental.