Numa sociedade dotada de preconceitos e onde as pessoas andam impacientes, aprender sobre comportamento, habilidades e vivências sobre o outro é de extrema importância em diversos campos. A leveza contribui para aceitação, além de ajudar no desenvolvimento daqueles ao redor, principalmente quando o ser em questão é uma criança que precisa de acompanhamento.
Segundo o relatório do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), publicado em dezembro de 2021, uma em cada 44 crianças aos 8 anos de idade nos Estados Unidos é diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com dados de 2018, o número representa um aumento de mais de 22% em relação ao estudo divulgado em 2020. Numa transposição dessa prevalência (de 2,3% da população) para o Brasil, teríamos hoje cerca de 4,84 milhões de autistas no país.
Por algum tempo, a falta de conhecimento, pesquisas e informações a respeito do autismo foram consideradas grandes barreiras no tratamento do transtorno. Felizmente hoje, com o avanço da medicina, é possível obter excelentes resultados. A intervenção precoce pode garantir qualidade de vida e até mesmo mudar o futuro de pessoas com TEA.
Frente a essa realidade, a Especialista em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (USP), acompanhante Terapêutica e Mediadora Escolar pelo CBI of Miami, Carla Maria, tem se tornado referência no acompanhamento e desenvolvimento de crianças típicas e atípicas.
Segundo Carla, a mediação no desenvolvimento de crianças atípicas se dá pelo reconhecimento personalizado e subjetivo das habilidades que ainda precisam ser estimuladas.
“Cada etapa é importante e não podemos ignorar nenhuma delas. Se um pai chega com o filho de 8 anos querendo que ele aprenda a ler, mas a criança tem dificuldade para sentar na cadeira comigo para realizar a atividade, no primeiro momento, antes de ensiná-la a ler, eu preciso fazê-la sentar. Eu busco recursos pedagógicos e terapêuticos necessários para ensiná-la sobre a importância de estar sentada quando estamos realizando uma atividade. Com respeito, afeto e criatividade e com práticas baseadas em evidências científicas” explica a especialista.
Idealizadora do Espaço Girassol, Carla Maria aponta que o objetivo do acompanhamento pedagógico e terapêutico é proporcionar um atendimento que respeite as individualidades de cada criança e com atenção as necessidades educacionais específicas, a fim de auxiliá-la em seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional, a partir de atividades lúdicas e significativas para a criança e estímulos que favoreçam o aprimoramento de habilidades no seu processo de aprendizagem, de acordo com o que é compatível para a idade.
Essencial ao longo de todo o processo, a especialista explica que a participação da família faz toda a diferença no processo. “O tripé precisa funcionar: eu, a família e a escola. É preciso que seja um trabalho em conjunto e multidisciplinar. No caso das crianças com desenvolvimento atípico, ainda é necessário que a criança também faça as terapias indicadas e que possamos dialogar. Meu objetivo de pesquisa é que os professores percebam os sinais de autismo, porque quanto antes começar a intervenção, melhor para a criança. Eu sou a favor desse diagnóstico precoce.” ressalta.
Oferecendo atendimentos no Cabula ou na residência das famílias, presenciais e com duração de 50 a 90 minutos, dependendo da necessidade, os profissionais do Espaço Girassol, realizam acompanhamentos a partir de um planejamento de ensino individualizado, que leva em consideração o que diz a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades de educação básica no Brasil e também, o que é esperado para determinada faixa etária, de acordo com os marcos de desenvolvimento infantil.
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