Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgados nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que aproximadamente 1,9 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil no Brasil em 2022 – um aumento de cerca de 150 mil na comparação com 2019.
O perfil da maior parte deles era de pretos ou pardos: 66,3%. Cerca de 28% trabalhavam em atividades do comércio, 22,8% estavam na agricultura e mais de 6% no serviço doméstico.
A pesquisa revela ainda que 756 mil estavam em ocupações consideradas os piores tipos de trabalho infantil, como operação de tratores e produção de cana-de-açúcar e algodão. Além disso, 386 mil trabalhavam pelo menos 40 horas por semana, e a proporção dos que estavam nessa situação subiu de 16% para 20,5%.
Os dados também mostram o impacto na educação: em 2022, 97,1% da população total entre 5 e 17 anos frequentava a escola. Entre os trabalhadores dessa faixa etária, a frequência cai para 87,9%. Beringuy diferencia o trabalho doméstico das atividades realizadas em casa para auxílio da família.
O estudo aponta ainda que a incidência se trabalho infantil aumenta com o avanço da idade. Em 2022, 1,7% dos brasileiros de 5 a 13 anos de idade trabalhavam. A proporção aumenta para 7,3%, no grupo de 14 e 15 anos e mais que dobra entre adolescentes de 16 e 17 anos, alcançando 16,3%. Os meninos tinham rendimento mensal de R$ 757, enquanto as meninas recebiam 84,4% desse valor, ou seja, R$ 639.
*Com informações da Agência Brasil