O Sociedade Urgente desta terça (27) recebeu Will Rocha, CEO e fundador da Hive Computer Vision, startup baiana criadora da Inteligência Artificial Megan que está transformando a segurança e o monitoramento em ambientes diversos.
A startup nasceu na universidade após Will ter sido assaltado e perceber que não haviam câmeras de de monitoramento na área. Na época, o estudante que precisava criar uma tecnologia diferenciada, utilizou da situação passada como inspiração para montar um projeto que pudesse solucionar problemas reais. Desse desafio nasceu um drone com uma câmera que possuía reconhecimento de pessoas e emoções.
A Megan é a inteligência artificial criada pela Hive a partir deste projeto e foi utilizada pela prefeitura para o monitoramento das pessoas no Festival Virada Salvador. A tecnologia utiliza as câmeras como seus olhos, o criador explica que em geral as câmeras são passivas e dependem de uma pessoa que possa agir ao ocorrido visualizado na câmera, neste caso a Megan agirá.
“A gente tinha 60 câmeras, dois drone atuando, onde a gente analisou quantas pessoas tinham por banda, por horário, a gente analisou o tempo médio de fila. Analisou as zonas quentes, as zonas frias, locais mais próximos do palco que tinham uma possível taxa de esmagamento, então se calculava a quantidade de pessoas por metro quadrado e verificava isso de acordo com a banda também”, conta o CEO. A partir desses dados obtidos pela Megan, era gerado um relatório (dashboard) que era enviado a cada 30 minutos para a prefeitura.
Will explica que a Megan não realiza reconhecimento facial, mas realiza a análise de dados e de emoções, como por exemplo o monitoramento do sono de vigilantes. Megan identifica a situação e fala com o vigilante para acordá-lo. “As tecnologias não vem para substituir, elas vêm para complementar, mundo agro hoje usa constantemente drone”, cita o entrevistado que complementa citando tecnologias de outros países, como sensores de queda para idosos que ao perceber o acidente, aciona a emergência e a família.
Megan é capaz de analisar imagens de câmeras de segurança 24 horas por dia, todos os dias da semana. ela reconhece padrões e faz predições futuras com aprendizado contínuo. além disso, como uma assistente pessoal, ela se destaca por interagir por voz e vídeo, proporcionando uma experiência interativa e inovadora.” diz Will Rocha. A Hive Computer Vision conta com uma equipe de 200 pessoas, nasceu de esforços e investimentos próprios e obteve parcerias ao longo do tempo.
A inteligência artificial ainda não é regulamentada no Brasil e este nicho está em desenvolvimento. Um projeto de lei regulamentando a criação de inteligências artificiais no brasil está tramitando no senado, mas pela 3ª vez, teve sua votação adiada. A proposta, que estabelece princípios, direitos e regras para uso de IA, é alvo de divergências entre setores e categorias que buscam proteger as suas atividades.
É necessário que a sociedade tenha educação para o bom uso das tecnologias em geral, buscando abarcá-las como parceiras em constante aprendizado a partir do comportamento humano para o desenvolvimento e melhoria contínua.
Acompanhe a entrevista na íntegra no canal da Rádio Sociedade da Bahia: https://www.youtube.com/live/9fdWUsHh1Fc?si=TTxyTOU85bCgQWGi