O endividamento das famílias brasileiras permaneceu estável em junho, atingindo 78,8%, mesmo percentual registrado em maio. Essa estabilidade ocorre após três meses consecutivos de aumento, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A pesquisa indica que a estabilização se deve à cautela das famílias em relação ao acúmulo de dívidas, mesmo com um cenário de aumento do emprego formal que favorece a demanda por crédito. No entanto, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio revela incerteza quanto à economia nos próximos meses, refletindo a cautela dos empresários.
A CNC prevê que o endividamento continuará a aumentar, acompanhando a tendência de crescimento das dívidas em atraso no segundo semestre. Sem os dados do Rio Grande do Sul, que foram significativamente impactados pela crise climática, o percentual de endividados teria recuado para 78,4%.
O aumento de 0,2 pontos percentuais na inadimplência nacional foi em grande parte impulsionado pela alta demanda de crédito das famílias gaúchas para a reconstrução pós-crise.
Em termos de perfil de crédito, houve uma redução no número de famílias que se consideram “muito endividadas”, que caiu para 17,2%, enquanto o grupo de “pouco endividadas” aumentou para 33,7%. O percentual de famílias incapazes de pagar suas dívidas permaneceu estável em 12%. Já as dívidas em atraso por mais de 90 dias chegaram a 47,6% do total de endividados, o maior percentual registrado em 2024.