Na manhã desta segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025, o jornalismo esportivo baiano e brasileiro perdeu uma de suas figuras mais icônicas. Ary Pacheco, um nome inseparável das grandes coberturas esportivas e da memória afetiva de muitos, partiu, deixando um vazio difícil de preencher.
Sua trajetória no jornalismo esportivo foi marcada pela paixão e dedicação ao que fazia. Durante décadas, Ary cobriu diversas Copas do Mundo, mas sua mais querida e referida foi a de 1982, disputada na Espanha, que ficou eternizada em sua memória. Sua análise, sempre técnica e emocionada, fazia os ouvintes e leitores mergulharem profundamente nos jogos e nas histórias que rodeavam o futebol.
Mas Ary Pacheco não era apenas um cronista esportivo. Ele também marcou sua presença nas tardes da Rádio Sociedade, onde apresentava o “Programa Corrida Musical”. Através desse programa, ele dava voz aos ouvintes que escolhiam seus artistas favoritos, disputando a preferência do público em uma competição animada, sempre embalada pelos sons de carros de Fórmula 1, que tornavam cada momento da atração único.
Em seu campo de atuação, o esporte, Ary ficou imortalizado com seu quadro Craque do Passado, no Programa Esperando o Futebol. Ele conduzia o programa com habilidade, trazendo histórias e revelações dos craques que já haviam pendurado as chuteiras, mantendo a memória do futebol vivo no coração dos baianos. Difícil era desgrudar o rádio, pois cada entrevista se transformava em um mergulho profundo nas histórias dos ídolos que marcaram época.
Entre amigos e colegas, Ary era carinhosamente chamado de Don Pacheco – um apelido que ele adorava, especialmente por sua personalidade vibrante e por seu gosto por uma boa dança. Nos finais de semana, ele se entregava aos ritmos de seresta e danças de salão, frequentando locais como o Lugar Comum e Fantoches, onde se sentia em casa, imerso na cultura baiana.
Manuel Messias, colega de profissão e amigo de longa data, compartilhou conosco a admiração que sempre teve por Ary: “Ele era a minha inspiração no início da carreira. Na época, Ary e Jorge San Martin eram os repórteres mais preparados do Rádio Baiano. Seu conhecimento dos jogadores, sua voz agradável e sua versatilidade eram características que tornavam seu trabalho incomparável. Mesmo sendo torcedor do Bahia, ele conseguia se manter imparcial em suas análises e era admirado por todos.”
Ary Pacheco fez história na Rádio Sociedade, onde trabalhou até o dia 12 de janeiro de 2016. Seu legado, no entanto, será eternamente guardado nos corações de todos que o acompanharam ao longo de sua brilhante carreira. A saudade será imensa, mas a certeza é de que seu nome será lembrado sempre, como sinônimo de competência, paixão pelo que fazia e, principalmente, respeito e amor ao esporte e à comunicação.
Adeus, Don Pacheco. Sua ausência será sentida, mas seu legado continuará a inspirar e emocionar gerações futuras.