Os desafios ambientais do Brasil, sustentabilidade, mudança de ações e COP 30, foram os assuntos abordados pelo governador do Pará, Helder Barbalho, durante uma entrevista á Rádio Sociedade da Bahia, no programa Balanço Geral, nesta quinta-feira (23).
Helder Zahluth Barbalho é natural de Belém, administrador, filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e em 2022, reelegeu-se em 1° Turno a Governador do Pará com mais de 70% de votos, sendo o Governador mais votado do Brasil e o primeiro chefe do Executivo no Pará reeleito no primeiro turno na história do Estado.
O chefe do estado do Pará, compôs a bancada da rádio ao lado do vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior e destacou a importância de uma tomada de decisão em relação aos impactos ambientais causados na Amazônia, já que o estado do Pará conseguiu fazer maior redução de desmatamento.
“A responsabilidade ambiental para que o estado do Pará pudesse sair da fotografia do estado que mais desmata na Amazônia e construir um novo modelo para sua história. Isto significa, combater ilegalidades ambientais e fazer um chamamento à sociedade de que é possível conciliar produção rural, é possível conciliar atividades como mineração desde que estejam, óbvio, na legalidade com a preservação da floresta. O estado do Pará é o segundo estado em extensão territorial do Brasil. Nós temos como comparação Portugal, Espanha e França juntos no mesmo território e este é o tamanho do estado do Pará. Desta área 75%, é floresta nativa, floresta amazônica e 25% é a área desmatada produtiva. O que nós precisamos é fazer com que nesta área já desmatada nós possamos produzir intensificando produção. Onde você, por exemplo, cultiva uma cabeça de gado, você possa fazer 3, 4 com manejo, com técnica e qualidade”. disse o governador do Pará.
O governador também citou a produção do cacau como exemplo, “E a Bahia e o estado do Pará são os maiores produtores de cacau de todo o Brasil e é um grande exemplo de mudança de cadeia produtiva para conciliar emprego com sustentabilidade. E sempre nós temos dialogado nesse sentido. Sem comando e controle, sem fiscalizar, sem combater ilegalidade, nós não vamos adiante”, completou.
Ao fazer um paralelo entre a segurança pública e as ações para mudar o cenário ambiental, ele detalhou que não se combate criminalidade sem polícia na rua, mas que também não combate criminalidade só com polícia na rua. É o pulso forte da polícia para combater. Tem o crime, mas é a mão amiga do Estado com cidadania para transformar as comunidades num ambiente melhor de se viver, com escola, com educação de qualidade, com saúde, com promoção e justiça social.
“Nós temos feito isso na agenda ambiental, que é combater a criminalidade por um lado e apoiar a produção sustentável por outro, e, claro, fazer com que esta área de floresta, que são 75% do nosso território, tenha valor. Como? Com bioeconomia, fazendo com que uma produção daquilo que, de maneira no conhecimento ancestral de um povo indígena, já se sabe que pode se transformar num fármaco, quando você incrementa a tecnologia e a inovação, você pode transformar numa indústria de fármaco” disse o Helder Barbalho.
Ele também falou sobre a necessidade de preparar as cidades, para que sejam resilientes, preparadas e estruturadas para os eventos ambientais que, infelizmente, parecem, e a ciência tem afirmado, que é um novo normal. Com chuvas mais intensas, elevação da cota dos rios, que tem alagado áreas urbanas.
“Nós não precisamos ser avisados mais. Volto ao Rio Grande do Sul, aconteceu essa tragédia, mas só este ano é a terceira grande enchente que acontece no Rio Grande do Sul. Essa foi a pior de todas. Então, se em um ano acontecem três capítulos, sendo o último devastador, nós podemos estar achando ainda que isso é um episódio isolado ou nós temos que estar preparados de que essa é uma nova realidade? E aí eu te digo, aconteceu no Rio Grande do Sul, mas não poderia estar acontecendo em Belém, não poderia estar acontecendo em Salvador, não poderia estar acontecendo em outros lugares?”, ressaltou o governador do Pará.
Com relação a COP 30, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, o governador explicou que a a COP é o maior evento ambiental do planeta, maior evento político internacional do mundo. “Estão previstos 70 mil pessoas indo para Belém num prazo de duas semanas, em novembro de 2025. São 40 chefes de ambiente para discutir urgência climática, para discutir mudanças do clima. E o Brasil pode e deve liderar essa agenda. É a agenda que o Brasil está habilitado e credenciado para ser um líder mundial e um líder global. E festejo a sensibilidade do presidente Lula de ter não apenas aceitado o desafio, mas acima de tudo ter compreendido que nós não estamos falando de um evento pelo evento. Nós estamos falando em escrever um capítulo da história mundial”, detalha.
“O mundo precisa colaborar para que o Brasil preserve a natureza, para que se preserve a floresta amazônica. Os Estados Unidos, a China, têm indústrias que todos os dias poluem o meio ambiente. E os Estados Unidos e a China. Apontam o dedo para o Brasil e dizem que nós é que temos a responsabilidade ao preservar a floresta em cuidar do meio ambiente. Não tem problema, nós topamos isto, mas eles precisam financiar para que nós consigamos emprego para a nossa população. Não é justo que eles estejam lá, empregando os seus compatriotas às custas da poluição do meio ambiente, enquanto que nós aqui estejamos apenas a preservar a floresta à custa do sofrimento da pobreza do povo brasileiro. Portanto, nós temos a grande oportunidade de fazer com que haja um financiamento internacional para a geração de empregos verdes, de uma nova economia baseada na natureza e, é claro, o governo”, destaca o chefe do estado do Pará.