Uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) vai proporcionar a restauração de cerca de 80 objetos e obras de arte.
As obras de arte fazem parte de conjuntos tombados, inscritos no Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados (INBMI), havendo também bens de propriedade do Iphan e de outros órgãos federais de educação e cultura. A ação foi viabilizada por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 1 milhão. O laboratório de restauração já está instalado na Casa dos 7 Candeeiros, sede da Superintendência do Iphan na Bahia. O trabalho, que será desenvolvido por 25 pessoas, terá duração de um ano, e será concluído em fevereiro de 2025.
As obras de arte sacra selecionadas estavam espalhadas por várias partes do estado e foram escolhidas de acordo com a região e com o grau de degradação em que se encontram. São peças de Salvador, Recôncavo Baiano e Chapada Diamantina. Dentre elas, há um conjunto de imagens que saem na procissão da Paixão de Cristo em Oliveira dos Campinhos. “A celebração foi o mais importante evento católico durante o período colonial até meados dos anos 1960”, explica a museóloga do Iphan-BA, Ana Teresa Góis.
Ela ressalta que o estado da Bahia tem mais de 30 mil objetos inscritos no INBMI e que a demanda por restauração desses objetos é muito grande. A maioria dos objetos selecionados para este primeiro período de restauro não está em exposição e não é mais usada nas celebrações, justamente devido ao seu estado de degradação. “Por isso, vai ser muito significativo poder dispor novamente esses bens coloniais, esses bens artísticos do repositório do Brasil à contemplação e à devoção por meio do projeto”, explica a museóloga.
Troca de conhecimento
A parceria com a UFBA vai permitir que estudantes da Escola de Belas Artes da universidade participem do processo de restauro dos objetos e obras de arte sacra. Além de proporcionar a salvaguarda de bens móveis e integrados do patrimônio da nação, a parceria contribui para a capacitação da equipe de fiscais do Iphan, uma vez que eles participam direta e constantemente das intervenções realizadas, proporcionando maior interação com as análises de cada caso e experimentação das técnicas junto a equipes de trabalho. O projeto também é uma oportunidade de estágio para conservadores em formação, favorecendo atividades de pesquisa, com novas diretrizes para os diversos tipos de materiais; e de promoção de ações educativas e de fomento das práticas de conservação preventiva e manutenção dos bens culturais.
Foto: Ana Góis/Iphan-BA