Silvana Oliveira recebeu nesta quinta-feira (7) a pesquisadora Ana Paula Rosário que trouxe informações sobre o relatório anual “Pele Alvo”
O Boletim Pele Alvo é um relatório anual da rede de observatórios da segurança que investiga a violência policial no Brasil, focando na letalidade contra pessoas negras. a publicação utiliza dados obtidos via lei de acesso à informação (LAI) e abrange oito estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
“Nós temos uma base de dados que nós monitoramos, a partir de entrevistas, a partir de produções em várias mídias aqui da Bahia, nós temos uma planilha de mídias em que a gente faz esse monitoramento. E também, solicitamos dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, fazemos esse balanço e produzimos esse relatório “, esclarece a pesquisadora.
Ana Paula explica a forma de busca dos dados e colaboração com os demais estados para as pesquisas, evidenciando a necessidade de identificar que cada estado irá apresentar um marcador, podendo ser de gênero, localidade, classe social e entre outros pontos a serem observados, além disso, ela cita sobre a continuidade desta letalidade na Bahia. a bahia continua a ser o estado com a maior quantidade de mortes causadas por policiais, registrando 1.702 mortes em 2023.
O relatório traz o nome “Pele Alvo – Mortes que revelam um padrão” que observa as consequências das ações policiais direcionadas à população afrodescendente.
“O padrão da pele, o padrão da cor. Qual a cor que mais morre e é atingida dentro desse contexto de segurança pública que nós temos hoje? É muito adoecedor e muito triste, a gente perceber que em sua maioria, os mais atingidos são os jovens, homens, negros e em maioria periféricos. Então, quando a gente fala: mortes que revelam um padrão, onde que essas mortes estão acontecendo? Quais são os territórios? Quais são os jovens que estão sendo atingidos? Então é sobre esses marcadores que a gente tem apontado e por isso a pesquisa leva esse nome, Pele Alvo – Mortes que revelam um padrão.” alerta Ana Paula.
Sobre a entrevistada
Ana Paula Rosário é uma ativista e defensora dos direitos humanos com mais de 10 anos de atuação nos movimentos de pessoas periféricas, mulheres negras e juventudes, tanto na Bahia quanto no Brasil. Com uma trajetória de destaque, tem sido uma importante articuladora política regional e nacional, trabalhando pela inclusão e igualdade de direitos para populações periféricas e marginalizadas.
Assista na íntegra no canal da Rádio Sociedade da Bahia: