Pelo segundo mês consecutivo, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo apresentou queda, passando de 419,3% ao ano, em janeiro, para 412,5% ao ano em fevereiro de 2024. Os dados, divulgados pelo Banco Central (BC) nas Estatísticas Monetárias e de Crédito nesta terça-feira (2), indicam uma redução de 6,8 pontos percentuais no mês e de 7,9 pontos percentuais em 12 meses.
O crédito rotativo é aquele utilizado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão, gerando um empréstimo e acarretando juros sobre o valor não quitado. Em janeiro deste ano, entrou em vigor uma lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, o que antes ultrapassava 400% ao ano. Porém, a medida só é válida para novos financiamentos, mantendo as estatísticas em patamares elevados.
No cartão parcelado, os juros também reduziram, caindo 3,3 pontos percentuais no mês e 7,3 pontos percentuais em 12 meses, para 184,5% ao ano.
A queda nas taxas de juros do cartão de crédito influenciou diretamente na média geral das taxas cobradas das famílias em fevereiro. Por outro lado, os juros do cheque especial tiveram aumento de 6 pontos percentuais no mês e redução de 2,9 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 131,8% ao ano.
Considerando todas as modalidades de crédito com recursos livres para pessoas físicas, a taxa média de juros atingiu 52,5% ao ano, com diminuição mensal de 0,1 ponto percentual e de 6,0 pontos percentuais em 12 meses.
No total do crédito com recursos livres, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, a taxa média de juros alcançou 40,2% ao ano em fevereiro, com decréscimos de 0,3 ponto percentual no mês e de 3,8 pontos percentuais em 12 meses.
O Banco Central também destacou que o volume das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu R$ 501,6 bilhões em fevereiro, com um aumento de 5,3% em 12 meses. O estoque total de empréstimos concedidos pelos bancos chegou a R$ 5,796 trilhões, com crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Enquanto isso, o endividamento das famílias, medida pela relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses, registrou aumento em janeiro, ficando em 48%. Já o comprometimento da renda, relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período, ficou em 25,8%, indicando um pequeno incremento na passagem do mês.