Durante entrevista ao Sociedade Urgente, o vereador de Salvador Cezar Leite (PL) esclareceu que o projeto de lei contra a cristofobia não se limita a manifestações ocorridas durante o Carnaval, como muitos vêm interpretando. Segundo ele, a proposta tem abrangência mais ampla e busca combater ataques sistemáticos à fé cristã em diferentes contextos do cotidiano.
“A irmã, o irmão que sai para evangelizar e é atacado de forma ostensiva, o tempo todo… ele pode denunciar”, afirmou o vereador. Cezar explicou que, após a sanção do prefeito Bruno Reis, caso aconteça, a lei seguirá para regulamentação, onde serão definidos os meios práticos de aplicação, incluindo a criação de um canal específico para denúncias.
De acordo com o parlamentar, qualquer ato considerado vexatório, ofensivo ou de deboche em relação à fé cristã poderá ser alvo de denúncia. “Tem gente que vê uma senhora com uma imagem de santa na rua e começa a zombar, espalhar boatos maldosos… Isso acontece, e essas pessoas poderão responder por isso”, disse.
Cezar Leite destacou que a intenção da lei não é censurar manifestações culturais, como a figura do padre nas festas juninas, mas sim coibir atitudes que atentem contra a dignidade da fé. “O São João é uma festa absorvida pela Igreja Católica, tem ligação com a tradição cristã. Não é disso que estamos falando. Estamos falando de ataques pejorativos, de constrangimento, de zombaria, isso sim é cristofobia”, explicou.
O vereador ainda pontuou que debates legítimos sobre religião ou questões históricas estão fora do escopo da lei. “Se houver um debate sério, com argumentos históricos, não há problema. O que estamos combatendo são os ataques mal-intencionados, o vexame público, o escárnio com os símbolos sagrados”, reforçou.
A proposta, segundo ele, representa um passo importante para garantir o respeito à fé cristã e coibir atos de intolerância religiosa cada vez mais comuns em ambientes públicos e digitais.