A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em colaboração com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), lançou a nova versão do infográfico Feminicídios na Bahia, revelando um panorama alarmante sobre a violência de gênero no estado. Os dados, extraídos dos Boletins de Ocorrência registrados pela Polícia Civil entre 2017 e 2023, oferecem uma análise detalhada do perfil das vítimas e dos padrões de ocorrência desse crime hediondo.
De acordo com o relatório, a Bahia registrou 672 feminicídios durante o período avaliado, indicando uma média de uma mulher vítima de violência letal a cada três dias. Houve um aumento anual de 7,6% no número de casos. Em 2023, foram reportados 108 feminicídios, representando um acréscimo de 0,9% em relação ao ano anterior.
A análise revela que, em 2023, a taxa de feminicídios foi de 1,5 mulheres vítimas a cada 100 mil baianas, enquanto no primeiro ano da pesquisa, essa taxa era de uma vítima a cada 100 mil mulheres.
Quanto aos métodos utilizados, cerca de 46,6% dos feminicídios foram cometidos com objetos perfurocortantes, seguidos por armas de fogo, responsáveis por 28,5% dos casos. Ademais, aproximadamente 80% dos crimes ocorreram dentro do domicílio da vítima. Alarmantemente, os dados revelam que 92,6% dos autores eram parceiros íntimos das vítimas, como companheiros ou ex-companheiros e namorados.
Em relação ao perfil das mulheres vítimas, a maioria tinha idade adulta (de 30 a 49 anos), eram negras (pretas e pardas) e não-solteiras.