Cerca de 180 achados arqueológicos descobertos nas obras do Porto Maravilha agora estão presentes na exposição Achados do Valongo, aberta nesta quarta-feira (30), no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro.
Descoberto em 2011, na fase inicial do projeto de revitalização da região do atual Porto Maravilha, o cais era adjacente ao mercado. Estima-se que por lá passaram 700 mil africanos escravizados entre 1790 e 1831, oriundos de portos do atual território de Angola, mas também de Moçambique.
É a primeira vez que são apresentadas cerâmicas, anéis de piaçava, pedras e peças em vidro do Cais do Valongo que contam um pouco da herança africana que estavam no antigo Cais do Valongo, onde funcionou o maior mercado de escravizados do Brasil.
Após serem achados, os objetos passaram a fazer parte do acervo do Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana (Laau), da prefeitura da cidade. A mostra é gratuita e ficará em cartaz por pelo menos um ano no Muhcab.
Para o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini, visitar a exposição é lidar com a memória afro-brasileira. “Construir um futuro sem racismo e com mais diversidade é um compromisso dos cariocas, então, é importante pegar algo que estava apagado e trazer para que a população tenha acesso e é o que o Muhcab tem feito ao longo deste seu primeiro ano de vida”, disse.