Na manhã desta quinta-feira (3), uma equipe de reportagem da Rádio Sociedade da Bahia foi impedida de entrar na Fazenda Alzirinha, no município de Catu, durante a realização do quadro Pega Visão. O local, que deveria servir como abrigo e espaço de cuidados para animais resgatados, tem sido alvo de denúncias de maus-tratos.
Segundo relatos, os animais estariam vivendo em condições precárias: sem alimento adequado, expostos ao frio, presos em correntes e sem estrutura digna de abrigo. A entrada da imprensa foi bloqueada por guardas civis municipais, enviados pela Secretaria de Meio Ambiente, o que gerou ainda mais questionamentos sobre a transparência e as reais condições do local.
Em agosto de 2024, o município de Catu firmou junto ao Ministério Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para adequar, no prazo de 30 dias, a estrutura do abrigo Fazenda Alzirinha. No acordo, o município se comprometeu a disponibilizar materiais para primeiros socorros veterinários, incluindo os insumos e medicamentos solicitados, além de vacinar e vermifugar os animais do abrigo, entre outras ações.
O TAC teve como base uma inspeção realizada no local, que, segundo o MP, confirmou omissão por parte do poder público e a necessidade de medidas urgentes para garantir o bem-estar dos animais.
Fontes ligadas ao Pega a Visão afirmam que as condições do local continuam precárias, com animais vivendo em situação de abandono. A Fazenda Alzirinha foi alugada pela gestão do prefeito Pequeno Sales (PT) por R$ 60 mil, com a obrigação de oferecer alimentação, cuidados veterinários e abrigo digno aos bichos.
A vice-presidente de uma ONG de proteção animal, Caroline, criticou a postura da gestão municipal e afirmou que o poder público ainda não compreendeu a seriedade da causa animal. “Eles não entendem que os animais também têm direitos, que são seres vivos e precisam estar em condições de bem-estar”, declarou.
Ela relatou ainda que representantes da ONG enfrentam dificuldades para acessar o local e que a última tentativa de diálogo foi por meio do protocolo de uma ação no Ministério Público. De acordo com Caroline, há filhotes aglomerados e animais em estado de desnutrição que acabaram vindo a óbito.
A Rádio Sociedade entrou em contato com a Prefeitura de Catu para esclarecimentos, mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.