O Brasil registrou queda de 65,8% nas áreas queimadas no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período em 2024. Em números absolutos, o país saiu de 3,1 milhões de hectares queimados para cerca de 1 milhão de janeiro a junho de 2025.
Os dados, divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) nesta quarta-feira (2), são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O levantamento identificou que a redução nas áreas queimadas e nos focos de calor ocorreu em quatro dos seis biomas brasileiros. Os resultados são reflexo de condições de seca e riscos de incêndios menos severas em 2025, após situações atípicas em 2023 e 2024.
“A mudança do clima tem como um de seus impactos a intensificação dos incêndios florestais. Temperaturas mais elevadas, menos precipitação e aumento da quantidade de dias consecutivos sem chuvas tornam a floresta mais suscetível à queima”, destacou a ministra do Meio Ambiente Mudança do Clima, Marina Silva.
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Entre as ações adotadas pelo Governo Federal, estão a contratação do maior contingente de brigadistas federais da história – 4.385 profissionais, o que representa aumento de 26% em relação a 2024, e a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula em julho de 2024, que estabelece a coordenação entre governo federal, estados, municípios, setor privado e sociedade civil para fortalecimento e ampliação de medidas de prevenção, preparação e controle de incêndios.
Além disso, desde 2023, o Fundo Amazônia aprovou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal na prevenção e combate a incêndios florestais. Em janeiro de 2025, houve a
Em janeiro de 2025, houve, ainda, a contratação de sete novos helicópteros para uso do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A renovação da frota aumenta em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% a quantidade de horas de voo por ano e em 133% a capacidade de lançamento de água em comparação à frota anterior.
Redução em quatro dos seis biomas
O Pantanal foi o bioma com o recuo mais acentuado nas áreas queimadas em 2025 (13,4 mil hectares), com queda de 97,8% em relação a 2024 (607,9 mil hectares). Em seguida, a Amazônia foi o bioma com o segundo melhor resultado. Foi identificada redução de 75,4% nas áreas queimadas, com o registro de 247,9 mil hectares comprometidos no primeiro semestre de 2025 frente a mais de 1 milhão de hectares queimados em 2024 no mesmo intervalo temporal.
Em seguida, vem a Mata Atlântica, com declínio de 69,7% da área atingida pelo fogo, saindo de 91,9 mil hectares no primeiro semestre de 2024 para 27,8 mil hectares nesse período em 2025. Já no Cerrado foi constatada queda de 47% nas áreas queimadas, com 724,6 mil hectares atingidos pelo fogo de janeiro a junho de 2025. No ciclo anterior, foram identificados 1,3 milhão de hectares queimados.
Pampa e Caatinga foram os únicos biomas que registraram aumento nas áreas queimadas. Na Caatinga saíram de 34.426 para 38.374 hectares. No Pampa, as áreas comprometidas pelo fogo subiram de cerca de 7,1 mil para 11,5 mil. Ambos no período dos seis primeiros meses do ano.