De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta terça-feira (21), o indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aumentou 0,8% em março, atingindo 96,7 pontos, o maior nível desde março de 2020, e acima do resultado de fevereiro, de 95,7 pontos.
Apesar do crescimento, o indicador segue abaixo da zona de avaliação positiva de 100 pontos desde 2015. O CNC realiza a pesquisa mensal desde 2011. Izis Ferreira, economista do CNC, afirmou que, embora a tendência seja de alta, o aumento foi menos significativo devido à perda de otimismo das famílias de menor renda.
“O consumidor de média e baixa renda está menos otimista. vendo sua renda multiplicada, mas essa não é a realidade do consumidor de média e baixa renda no Brasil”, explicou Ferreira. Ela acrescentou que os consumidores de média e baixa renda foram muito afetados pela alta da inflação em 2022, que aliviou um pouco este ano, mas ainda há necessidades além da inflação.
Segundo a pesquisa, 37% das famílias relataram que o acesso ao crédito é mais difícil. O índice que mede a facilidade de parcelamento caiu 0,8% e permaneceu no quadrante negativo (90,5 pontos). O estudo também mostrou que três em cada quatro consumidores consideram o momento atual desfavorável para a compra de bens duráveis.
O estudo indicou ainda que as mulheres também estão mais satisfeitas com o acesso ao crédito e as compras parceladas. Com isso, elas estão proporcionalmente mais endividadas que os homens, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também realizada pelo CNC.
“Temos visto mais mulheres entrando no mercado de trabalho formal com carteira assinada. Temos visto um número maior de mulheres beneficiadas por políticas públicas por meio do principal programa de transferência de renda. Elas estão mais endividadas, mas aparentemente estão acessando mais crédito. têm fatores que levaram essas mulheres a aumentar seu otimismo”, observou Ferreira.