O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 15 votos a 1, o parecer que recomenda a cassação do deputado Chiquinho Brazão (Sem Partido-RS), acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco. A defesa do parlamentar tem cinco dias para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Durante a sessão, a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) falou sobre Marielle e criticou a expansão das milícias no Rio de Janeiro. Outros deputados também defenderam a cassação, mesmo aqueles que anteriormente votaram pela soltura de Brazão, preso em março. O único voto contrário veio do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), enquanto Paulo Magalhães (PSD-BA) optou pela abstenção.
A relatora do caso, deputada Jack Rocha (PT-ES), ressaltou as evidências contra Brazão e declarou que “a percepção pública de que a Câmara dos Deputados abriga e protege indivíduos envolvidos em atos ilícitos compromete a legitimidade do Parlamento”. Em defesa, Chiquinho Brazão, que participou da sessão por videoconferência, negou envolvimento no crime e afirmou ter tido uma boa relação com Marielle Franco.
Relembre o caso
Em março de 2018, a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no Rio de Janeiro, em um crime que abalou o país. A parlamentar era uma voz forte na defesa dos direitos humanos e contra a violência nas periferias.
Anos de investigação revelaram ligações entre os responsáveis pelo crime e milícias, trazendo à tona acusações contra figuras políticas, como o deputado Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato.