Colbert Martins (MDB), prefeito de Feira de Santana, criticou as informações divulgadas pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) sobre os dados da cobertura vacinal no município. A pasta estadual da Saúde alega que a cidade tem um dos piores índices de cobertura vacinal da Bahia. Em contraponto, o gestor municipal afirma que o dado é “irresponsável”.
“É irresponsável e inverídica a afirmação feita pelo Governo do Estado sobre a vacinação em Feira de Santana. O município continua fazendo diversos chamamentos para vacinação, através de notícias publicadas no site oficial da prefeitura, nas redes sociais oficiais, carro de som, em rádios, televisão e em sites de notícias. Informações irresponsáveis, desse tipo, desestimulam ainda mais os pais a levarem os filhos aos postos de vacinação”, disse, através de um comunicado, divulgado deste domingo (29).
Segundo nota, somente no ano passado, Feira de Santana aplicou mais de 700 mil doses de diversas vacinas e desenvolveu várias campanhas de vacinação, em redes sociais, carro de som, televisão, sites e rádios. “No caso da poliomielite, a vigilância epidemiológica realizou, inclusive, ações em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e esteve nas escolas municipais vacinando as crianças. O município atingiu 61,13% da meta, vacinando 19.584 crianças, percentual acima da média registrada na maior parte do Brasil”, argumentou.
O comunicado ainda ressalta a queda na média da cobertura vacinal em todo o país. Segundo o Ministério da Saúde, o índice de vacinação caiu de 97%, em 2015, para 75% em 2020.
“No caso da Covid, Feira recebeu 1.678.294 e aplicou, até o dia 24 de janeiro desse ano, 1.584.186 doses. O município segue reforçando a divulgação e a importância da vacinação”, ressaltou a gestão municipal.
Já segundo a coordenadora estadual de imunização, Vânia Rebouças, Feira de Santana é o segundo maior município da Bahia em termos de população e comparado a nível estadual, a taxa de cobertura vacinal ainda é baixa. “Tem uma população maior que 600 mil habitantes, e os seus resultados tem impacto direto na cobertura [vacinal] do Estado da Bahia. E estamos de fato preocupados porquê em relação aos calendários de vacina infantil, e a gente está fazendo uma análise das 9 vacinas do calendário básico de vacinação, quando [comparamos] o ano de 2022 em relação a média alcançada pelo estado, todos os resultados foram menores do que a média alcançada no Estado como um todo”, explicou Vânia Rebouças.
A coordenadora ainda dá mais exemplos de como a cobertura vacinal do município deixa a desejar se comparado com os números da cobertura vacinal da Bahia. “Por exemplo, a cobertura vacinal da poliomielite, o município de Feira de Santana também tem um resultado muito parecido [enquanto o Estado tem a cobertura vacinal em 73,56%, Feira de Santana tem apenas 55,49%]. O que nos preocupa é que quando a gente tem uma diminuição nessas coberturas vacinais, a gente aumenta o número de pessoas vulneráveis ao adoecimento”, complementa a coordenadora de imunização do Estado.
Foto: Divulgação | Ascom SESAB