O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reinstalou, nesta terça-feira (28), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), desativado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro. O colegiado é um órgão de assessoria da Presidência da República para a participação e o controle social na formulação, no monitoramento e na avaliação de políticas públicas de segurança alimentar, nutricional e de combate à fome.
”Porque é verdade que se nós produzimos alimentos demais nesse país e tem gente com fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria comer para que o outro comesse um pouco; significa que estamos desperdiçando alimentos entre a produção e o consumo; significa que alguma cosia está errada, e a mais errada é que as pessoas não têm dinheiro para comprar o que comer”, disse Lula.
Na ocasião, o presidente assinou também o decreto que atualiza o funcionamento do Consea e da Câmara Interministerial de Segurança Alimental e Nutricional (Caisan), que será composta por 24 ministérios.
A presidente do Consea, Elisabetta Recine, defendeu que é preciso articular políticas públicas que englobem o combate à fome, à pobreza e a obesidade, mas sem deixar de lado outras temáticas que possam afetar, direta ou indiretamente, o desenvolvimento humano no país.
“A erradicação da fome e garantia da alimentação saudável requer o enfrentamento das desigualdades de gênero e de raça, a produção de comida de verdade, produzida pela agricultura familiar, por povos indígenas, por quilombolas, por povos e comunidades tradicionais, que têm a base agroecológica e respeita a cultura alimentar e a natureza”, destacou.